O consumo de Álcool, amplamente aceito em diversas culturas como um componente social ou recreativo, vem sendo analisado sob uma nova luz pela comunidade científica. Estudos recentes indicam que mesmo o consumo moderado e frequente pode estar correlacionado a um risco aumentado de desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Esta análise, liderada por pesquisadores da Florida Atlantic University, traz à tona a complexidade e os riscos associados ao hábito de consumo de Álcool em suas várias formas e frequências.
Uma extensa revisão de 62 pesquisas, abrangendo desde modestas amostras de 80 indivíduos até aquelas com quase 100 milhões de participantes, revelou que o consumo de Álcool está ligado a tumores malignos em diferentes partes do corpo, como mama, fígado e cavidade oral. O estudo destaca que não é só a quantidade total de Álcool que importa, mas também a frequência com que ele é consumido. Essa nova perspectiva aponta que até mesmo beber em pequenas quantidades pode aumentar os riscos oncogênicos se for feito de maneira regular.
Como o consumo frequente afeta diferentes grupos populacionais?
A pesquisa comenta que o impacto do consumo de Álcool não é uniforme entre diferentes grupos demográficos. Indivíduos mais vulneráveis incluem idosos, pessoas com doenças crônicas como diabetes, e aqueles de classes socioeconômicas menos favorecidas. Além disso, fatores como raça e etnia também foram discutidos, apresentando diferenças no risco associado ao consumo alcoólico, conforme identificado na literatura científica. Fatores de estilo de vida, como tabagismo e nível de atividade física, também podem interagir com o efeito do Álcool, amplificando seus riscos.
Quais tipos de bebidas apresentam maiores riscos?

Curiosamente, algumas análises indicam que o tipo específico de bebida alcoólica pode influir no risco de desenvolver câncer. Estudiosos observaram que o consumo de cerveja e vinho branco estava mais frequentemente associado a um risco aumentado em certos casos, enquanto os destilados não demonstraram o mesmo efeito em análises específicas. Essa distinção levanta questões sobre os componentes dessas bebidas que podem contribuir para o risco, embora os pesquisadores aconselhem cautela na interpretação dos dados.
O consumo afeta homens e mulheres de maneira diferente?
O estudo também sublinha as diferenças encontradas entre os gêneros. Homens que bebem com frequência estão sob maior risco, enquanto mulheres que se envolvem em episódios de consumo pesado ocasional são mais suscetíveis a certos tipos de câncer. Essa distinção pode estar relacionada a diferenças biológicas na metabolização do Álcool e nos efeitos hormonais que ele pode desencadear.
Qual a mensagem final da pesquisa sobre o consumo de Álcool?
Embora os pesquisadores alertem que suas descobertas são baseadas em estudos observacionais, os dados sugerem fortemente que há uma relação entre o consumo de Álcool e o risco de câncer. A natureza desses estudos não permite uma afirmação causal com a mesma certeza que um ensaio clínico controlado, mas levantam um importante sinal de alerta sobre os hábitos considerados socialmente aceitáveis. Em última análise, a mensagem essencial é que mesmo o consumo de Álcool rotulado como “moderado” requer atenção cuidadosa pelos riscos potenciais associados à saúde a longo prazo.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










