Identificar a Síndrome do Pânico (ou Transtorno de Pânico) é o primeiro passo para retomar o controle de uma mente que parece ter “quebrado” o botão de alerta. Diferente de um susto ou de um estresse passageiro, o pânico é uma descarga de adrenalina avassaladora que ocorre sem perigo real, criando a sensação iminente de morte ou loucura.
O corpo dispara um alarme falso?
A característica central do ataque de pânico é a sua natureza súbita. O corpo entra em modo de “luta ou fuga” sem que haja um leão para correr ou um inimigo para combater. Em questão de minutos (geralmente atingindo o pico em 10 minutos), o sistema nervoso autônomo inunda o sangue de hormônios do estresse.
Segundo o National Institute of Mental Health (NIMH), para suspeitar do quadro, você deve observar a ocorrência simultânea de sintomas físicos intensos, como taquicardia severa (coração saindo pela boca), falta de ar (sensação de sufocamento), tremores incontroláveis, suor frio e dor no peito. É uma tempestade física que deixa o corpo exausto quando passa.

A mente cria um cenário de catástrofe?
Enquanto o corpo reage fisicamente, a mente entra em colapso lógico. O sintoma psicológico mais marcante é o medo de morrer ou a certeza de que algo terrível vai acontecer naquele exato momento.
Outros sinais mentais claros descritos pela American Psychological Association (APA) incluem:
- Despersonalização: Sentir-se desconectado do próprio corpo, como se fosse um observador externo.
- Desrealização: A sensação de que o mundo ao redor é estranho, como se estivesse num sonho ou filme.
- Medo de enlouquecer: O receio de perder o controle total das próprias ações e acabar em um manicômio.
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Crise isolada ou Transtorno: qual a diferença?
Ter um ataque de pânico na vida não significa que você tem a Síndrome do Pânico. Estima-se que muitas pessoas terão ao menos uma crise pontual devido a estresse extremo ou luto. O que define o transtorno é a recorrência e o comportamento que vem depois.
A chave do diagnóstico está na ansiedade antecipatória. Se, após o primeiro ataque, você passa a viver com um medo persistente de ter outro ataque, monitorando constantemente seu corpo em busca de sinais (como checar o pulso a todo momento), isso indica que o mecanismo do medo se tornou patológico. É o “medo de ter medo”.
No vídeo a seguir, o Dr. Raffael Slaviero, com mais de 6 mil seguidores, explica um pouco da síndrome do panico:
Você mudou sua rotina para evitar o medo?
Um dos identificadores comportamentais mais fortes é a evitação fóbica. Quem sofre da síndrome começa a evitar locais ou situações onde o ataque ocorreu ou de onde seria difícil escapar caso passasse mal.
Se você parou de pegar elevadores, evita dirigir em túneis, não senta no meio da fileira do cinema ou parou de ir ao supermercado por receio de passar mal e não ter socorro, isso é um sinal clássico de que o transtorno está evoluindo para uma agorafobia. A vida começa a “encolher” em função da doença.
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É pânico ou problema cardíaco?
Essa é a dúvida que leva milhares de pessoas aos hospitais. Embora apenas um médico possa dar o veredito com exames, existem diferenças sutis. A dor do pânico costuma ser pontual e muitas vezes melhora se a pessoa conseguir se movimentar ou se distrair.
A Mayo Clinic observa que os ataques de pânico têm início, meio e fim bem definidos (duram de 20 a 30 minutos na totalidade), deixando uma sensação de “ressaca” depois. Já problemas cardíacos agudos tendem a piorar com o esforço físico e a dor é frequentemente descrita como uma pressão esmagadora contínua, não aliviando apenas com técnicas de respiração. Na dúvida, sempre procure o pronto-socorro na primeira ocorrência para descartar causas físicas.









