A computação quântica tem se destacado como uma das áreas mais promissoras da tecnologia moderna. Com avanços significativos nos últimos anos, empresas como Google e Microsoft estão na vanguarda dessa revolução. Em dezembro de 2024, o Google lançou o Willow, um computador quântico que, segundo a empresa, opera em muitos universos paralelos. Pouco tempo depois, a Microsoft apresentou o Majorana I, um chip quântico inovador que promete transformar a maneira como processamos informações.
Esses desenvolvimentos geraram um aumento no interesse e nas ações de empresas do setor, como RGTI e QUBT. A expectativa é que a computação quântica inaugure uma nova era tecnológica, capaz de resolver problemas complexos que atualmente desafiam os computadores clássicos. No entanto, especialistas como Jensen Huang, da Nvidia, alertam para a necessidade de cautela, pois ainda há muitos desafios a serem superados.
Essa é a corrida da computação quântica, onde as maiores empresas do mundo estão correndo atrás de seus melhores resultados, lucros, inovação e pódio. É como na corrida espacial da Guerra Fria, mas agora, muito mais tecnológica e moderna.
O que é “Willow” da Google?
“Willow” é o mais recente processador quântico desenvolvido pela Google Quantum AI, anunciado em dezembro de 2024. Este chip de 105 qubits representa um avanço significativo na computação quântica, especialmente na correção de erros, um dos principais desafios dessa tecnologia. O Willow conseguiu realizar uma tarefa computacional em menos de cinco minutos, algo que os supercomputadores mais rápidos levariam 10 septilhões de anos para completar.
Além disso, o chip demonstrou uma redução exponencial de erros à medida que o número de qubits aumentou, aproximando a viabilidade de computadores quânticos em larga escala e com correção de erros.
Este avanço coloca a Google em uma posição de destaque na corrida pela supremacia quântica, competindo com outras empresas como IBM e Microsoft, que também estão desenvolvendo tecnologias semelhantes.
Embora ainda haja desafios a serem superados antes que a computação quântica se torne amplamente aplicável, o Willow representa um passo importante nessa direção.
O que é “Majorana I” da Microsoft?
“Majorana 1” é o mais recente processador quântico desenvolvido pela Microsoft, anunciado em fevereiro de 2025. Este chip representa um avanço significativo na computação quântica ao utilizar qubits topológicos, que são mais estáveis e menos suscetíveis a erros em comparação com os qubits tradicionais.
A inovação central do Majorana 1 está na sua arquitetura de “Núcleo Topológico”, construída com um novo material denominado “topocondutor“. Este material permite a criação de qubits mais confiáveis, facilitando a escalabilidade dos computadores quânticos. A Microsoft projeta que essa tecnologia possa escalar até um milhão de qubits em um único chip, abrindo caminho para resolver problemas complexos em áreas como criptografia, descoberta de medicamentos e ciência dos materiais.
Embora o Majorana 1 represente um avanço promissor, alguns físicos expressaram ceticismo em relação às reivindicações da Microsoft, enfatizando a necessidade de validação independente e dados adicionais para confirmar a descoberta das partículas de Majorana.
Como funciona a computação quântica?
A computação quântica baseia-se em princípios da mecânica quântica, como a superposição e o entrelaçamento. Diferente dos bits clássicos, que podem ser 0 ou 1, os qbits (bits quânticos) podem existir em múltiplos estados simultaneamente. Isso permite que computadores quânticos realizem cálculos complexos de forma extremamente rápida.
O entrelaçamento é outro conceito fundamental, onde qbits interconectados influenciam uns aos outros, aumentando a capacidade de processamento. No entanto, manter o entrelaçamento é um dos grandes desafios, pois ele é facilmente interrompido por interferências externas. O Willow, por exemplo, consegue manter 105 qbits entrelaçados por apenas 1/10.000 de segundo, mas isso já é suficiente para resolver problemas que levariam séculos para um supercomputador convencional.
Quais são os desafios da computação quântica?
Apesar dos avanços, a computação quântica enfrenta desafios significativos. A manutenção do entrelaçamento e a coerência dos qbits são questões críticas. A Microsoft, com seu chip Majorana I, busca uma solução inovadora ao distribuir as propriedades dos qbits pelo material do chip, aumentando a resiliência e a duração do entrelaçamento.
Além disso, a teoria dos universos paralelos, proposta por Hugh Everett III, sugere que os resultados de eventos quânticos podem se manifestar em múltiplos universos. No entanto, essa ideia ainda é objeto de debate entre cientistas, e a afirmação do Google de que a computação quântica ocorre em universos paralelos é vista com ceticismo por alguns especialistas.
Qual o impacto futuro da computação quântica?
A computação quântica tem o potencial de revolucionar diversos setores, desde a criptografia até a inteligência artificial. Combinada com tecnologias digitais, ela pode criar arranjos híbridos que aumentam a eficiência e a capacidade de processamento. A expectativa é que, na próxima década, a computação quântica desempenhe um papel crucial no avanço tecnológico global.
Embora ainda haja muitos desafios a serem superados, o progresso contínuo na área é promissor. A computação quântica não apenas oferece novas possibilidades para resolver problemas complexos, mas também nos aproxima de uma compreensão mais profunda do universo e das leis que o regem.