A deficiência de Vitamina D pode ser um marcador importante para potenciais dificuldades de mobilidade em idosos, segundo um estudo colaborativo entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a University College London. Essa pesquisa revelou que idosos com níveis reduzidos de Vitamina D têm um risco 22% maior de desenvolver lentidão na marcha, o que aumenta a probabilidade de dependência e outras complicações de saúde na terceira idade. O estudo acompanhou cerca de 2.815 indivíduos com 60 anos ou mais no English Longitudinal Study of Ageing, monitorando-os ao longo de seis anos.
A lentidão da caminhada foi identificada em pessoas com níveis de Vitamina D abaixo de 30 nanomoles por litro (nmol/L) no sangue, comparando-se com aquelas que tinham mais de 50 nmol/L. Este achado destaca a importância de monitorar regularmente os níveis de Vitamina D, especialmente entre os idosos. O professor Tiago da Silva Alexandre, um dos autores do estudo, enfatiza a necessidade de incorporar essa prática nos atendimentos de saúde geriátrica, visto que a deficiência pode ser um alerta precoce para futuros desafios de mobilidade.
Quais são os fatores que contribuem para a deficiência de Vitamina D?
Vários fatores podem contribuir para a deficiência de Vitamina D em indivíduos. A falta de exposição ao sol é uma das mais comuns, especialmente para aqueles que passam longos períodos em ambientes fechados. Além disso, pessoas com pele mais escura enfrentam dificuldades adicionais devido à maior quantidade de melanina, que reduz a capacidade de produção da vitamina. Aspectos como idade avançada, onde há uma diminuição natural na capacidade de síntese pelo corpo, e o índice de massa corporal elevado, que pode reter a vitamina nos tecidos adiposos, também são relevantes. A localização geográfica, especialmente em regiões com baixa incidência solar, agrava essa situação.
Qual é a função da Vitamina D no sistema musculoesquelético?
A Vitamina D desempenha um papel crucial no funcionamento adequado do sistema musculoesquelético. Ao ser sintetizada por meio da exposição solar, a vitamina regula a entrada e saída de cálcio nas células musculares, permitindo a contração muscular eficiente. Mariane Marques Luiz, pesquisadora associada ao estudo, aponta que essa vitamina também promove a síntese de proteínas essenciais para a formação muscular e apoia a função neurológica. A deficiência de Vitamina D prejudica a proteção dos neurônios e a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos, o que pode impactar negativamente a habilidade de caminhar.
Como o exercício físico pode ajudar a mitigar os efeitos da deficiência de Vitamina D?

Manter-se fisicamente ativo é vital para a saúde dos ossos e músculos, especialmente em indivíduos mais velhos. Exercícios de fortalecimento muscular contribuem significativamente para a mobilidade e podem reduzir a progressão de problemas relacionados à falta de Vitamina D. Pesquisas sugerem que atividades realizadas entre 30 a 60 minutos por semana são suficientes para diminuir o risco de mortalidade precoce e outras condições de saúde. A prática regular de exercícios, como musculação, ioga e Tai chi, não só melhora a massa corporal magra como também ajuda a prevenir fraturas ósseas e mantém a vitalidade na velhice.
Por que é importante monitorar os níveis de Vitamina D em idosos?
O monitoramento contínuo dos níveis de Vitamina D em idosos é essencial para antecipar e administrar riscos potenciais à saúde. Na velhice, há uma redução natural na concentração de Vitamina D no sangue devido ao afinamento da pele, que diminui a capacidade de síntese, e à diminuição de receptores nas células. Isso pode agravar problemas de mobilidade e comprometer a qualidade de vida. No entanto, a suplementação deve ser realizada com cuidado para evitar toxicidade, evidenciando a necessidade de supervisão médica contínua. Assim, o acompanhamento clínico regular é fundamental para a manutenção da saúde e autonomia entre os idosos.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










