Se você sente o corpo travado após exercícios ou quer dar um “reset” no sistema imunológico, a hidroterapia oferece uma ferramenta poderosa: o banho de contraste. Esta técnica simples, que alterna água quente e fria, funciona como uma ginástica para os seus vasos sanguíneos, forçando-os a abrir e fechar ritmicamente para expulsar toxinas e reduzir a dor muscular muito mais rápido do que o repouso passivo.
Como funciona a “bomba vascular” no seu corpo?
O segredo do contraste está na manipulação mecânica do fluxo sanguíneo. Quando você submerge o corpo (ou um membro) em água quente, ocorre a vasodilatação: os vasos se abrem e o sangue flui para a superfície da pele.
Ao trocar imediatamente para a água fria, acontece a vasoconstrição: os vasos se contraem violentamente para preservar o calor interno. Segundo estudos de reabilitação citados pela Mayo Clinic, essa alternância cria um efeito de bombeamento (“pumping action”) que drena o ácido lático e reduz o edema (inchaço), acelerando a limpeza metabólica dos tecidos.
No vídeo a seguir, a Dra. Evelin Goldenberg, com mais de 70 mil seguidores, fala um pouco sobre o banho de contraste:
O choque térmico realmente aumenta a imunidade?
Embora não seja uma vacina, a exposição controlada ao frio agudo pode fortalecer as defesas do corpo. Pesquisas indicam que o estresse térmico leve aumenta a contagem de glóbulos brancos (leucócitos) e melhora a circulação linfática.
O sistema linfático, ao contrário do sangue, não tem um coração para bombeá-lo; ele depende do movimento muscular. O banho de contraste estimula essa circulação, ajudando a linfa a transportar células imunes e a remover detritos celulares com mais eficiência, o que pode deixar você mais resistente a gripes e infecções leves.
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Qual é o protocolo exato (Minutagem Segura)?
Para funcionar sem riscos, a proporção de tempo é crucial. O calor deve ser sempre mais longo que o frio para evitar que o corpo esfrie demais e perca a capacidade de reagir.
Siga este ciclo rigoroso:
- Imersão Quente (3 a 4 minutos): Água morna a quente (aprox. 38°C a 40°C). Não use água fervendo. Relaxe e deixe os vasos dilatarem.
- Imersão Fria (1 minuto): Água fria (aprox. 10°C a 15°C). Pode ser do chuveiro ou bacia com gelo. O choque deve ser intenso, mas suportável.
- Repetição: Repita esse ciclo (Quente -> Frio) 3 a 4 vezes.
- Finalização: Termine sempre na água fria. Isso garante que os vasos terminem contraídos, evitando inchaço rebote.

Quem NÃO deve fazer isso em casa?
Apesar de natural, o choque térmico é um estresse cardiovascular. Pessoas com diabetes devem ter cautela extrema ou evitar, pois a neuropatia (perda de sensibilidade) pode impedir que percebam se a água está quente demais, causando queimaduras graves.
Além disso, quem sofre de Doença de Raynaud (onde as extremidades ficam roxas/brancas no frio) ou hipertensão descontrolada deve evitar essa terapia, pois a vasoconstrição súbita pode desencadear espasmos vasculares ou picos de pressão perigosos.
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O banho substitui o gelo (crioterapia) em lesões agudas?
Não. Se você acabou de torcer o pé e ele está inchado e quente (fase aguda, nas primeiras 48h), use apenas gelo. O calor nessa fase pode aumentar a hemorragia interna e o inchaço.
O banho de contraste brilha na fase subaguda ou crônica (após 72h da lesão) ou para recuperação de fadiga muscular pós-treino, onde o objetivo é movimentar fluídos estagnados, e não apenas parar uma inflamação.










