Pesquisas recentes vêm despertando grande interesse sobre o impacto dos cochilos diurnos na saúde dos adultos mais velhos. Levantamentos apontam uma ligação potencial entre a frequência, duração e irregularidade dos cochilos durante o dia e o aumento do risco de mortalidade ao longo do tempo. Esse cenário faz com que especialistas voltem a atenção para os hábitos de sono e suas consequências no bem-estar e longevidade das pessoas com mais de 60 anos.
O tema ganhou destaque a partir da divulgação de um estudo apresentado em 2025, que acompanhou mais de 86 mil participantes com média de 63 anos de idade, todos com rotinas diurnas regulares de trabalho. Por meio de monitoramento digital, foi possível avaliar como os padrões de cochilo diurno se relacionam com indicadores importantes de saúde. Entre os achados, destacou-se que cochilos frequentes, prolongados e realizados irregularmente estavam associados a uma maior taxa de óbitos dentro de um período de oito anos.
Como a duração do cochilo influencia a saúde?
Os pesquisadores observaram que o tempo dedicado ao cochilo faz diferença significativa nos resultados de saúde. Quem dormia mais tempo nas sonecas, principalmente entre o final da manhã e o início da tarde, apresentava maior risco de mortalidade quando comparado a quem não tinha esse hábito, ou quem limitava suas sonecas a períodos curtos. Além disso, destaca-se que cochilos muito longos podem interferir negativamente no ciclo natural de sono noturno e prejudicar o descanso pleno.
Quais fatores podem impactar a relação entre cochilo e mortalidade?
Os cientistas ajustaram os resultados considerando variáveis como idade, peso corporal, consumo de álcool, tabagismo e quantidade de sono noturno habitual. Mesmo assim, o hábito de cochilar durante o dia continuou sendo um fator relevante. O estudo aponta que, embora exista uma associação entre cochilos diurnos e mortalidade, isso não significa necessariamente que dormir durante o dia seja a causa direta do aumento nos riscos, já que outras condições de saúde preexistentes podem influenciar o cenário. Distúrbios do sono, doenças crônicas e inflamações sistêmicas podem levar à necessidade de cochilar com mais frequência, tornando o cochilo um sinal de alerta para possíveis problemas de saúde subjacentes.

Cochilar sempre faz mal para a saúde?
A dúvida sobre se o cochilo diurno é sempre prejudicial costuma surgir entre adultos, principalmente à medida que surgem novas pesquisas. Especialistas em medicina do sono ressaltam que o cochilo breve, conhecido como “power nap”, pode trazer benefícios como o aumento da concentração e do rendimento ao longo do dia. No entanto, episódios frequentes e prolongados indicam que o indivíduo pode não estar recebendo um descanso adequado à noite, ou pode ter outros fatores de saúde que provocam fadiga e sonolência excessivas.
- O cochilo ideal, de acordo com entidades como a Academia Americana de Medicina do Sono, deve durar entre 20 e 30 minutos e ocorrer preferencialmente no início da tarde.
- Sonecas prolongadas podem causar sensação de lentidão ao acordar, fenômeno chamado “inércia do sono”.
- Pessoas que sentem necessidade de cochilar diariamente devem observar outros sintomas de cansaço e procurar avaliação de profissionais da saúde.
Quando se deve buscar orientação para os hábitos de sono?
Muitas vezes, o sono fragmentado ou interrompido à noite leva à busca por cochilos diurnos como forma de compensação. Caso esse padrão se torne rotina, pode estar relacionado a distúrbios do sono, como apneia, insônia ou até doenças metabólicas e cardíacas. Um acompanhamento médico pode ajudar a identificar se o exagero nos cochilos é consequência de problemas subjacentes e indicar estratégias para melhorar a qualidade do sono como um todo.
O monitoramento dos hábitos de sono, incluindo cochilos ao longo do dia, pode ser uma maneira eficiente de prevenir complicações de saúde em adultos. Dessa forma, a atenção à duração, frequência e regularidade das sonecas pode oferecer pistas importantes sobre a necessidade de avaliações médicas e possíveis intervenções para garantir melhores condições físicas e mentais no envelhecimento.








