O cajá (Spondias mombin) é um fruto tropical de sabor agridoce, popular no Brasil e em outras regiões da América Latina, conhecido por sua polpa suculenta e casca fina. Além de ser uma iguaria, o cajá é uma fonte rica de compostos bioativos, que conferem propriedades medicinais, como ações anti-inflamatórias, antioxidantes e antimicrobianas, que contribuem para o bem-estar do organismo.
- Ação Anti-inflamatória e Antioxidante
- Propriedades Antimicrobianas e Cicatrizantes
- Benefícios para o Sistema Digestivo
Ação anti-inflamatória e antioxidante
A casca, as folhas e a polpa do cajá são ricas em flavonoides, taninos e vitamina C, que lhe conferem um potente efeito antioxidante. Esses fitoquímicos combatem os radicais livres, protegendo as células do corpo contra o estresse oxidativo e o envelhecimento precoce. Essa composição também contribui para sua ação anti-inflamatória, auxiliando na redução de inflamações. De acordo com um estudo sobre o potencial da planta,
“O extrato das folhas de Spondias mombin demonstrou significativa atividade anti-inflamatória, inibindo mediadores inflamatórios como as prostaglandinas. Além disso, a presença de flavonoides e ácidos fenólicos confere à planta uma alta capacidade antioxidante” (OLIVEIRA et al., 2011).
Propriedades antimicrobianas e cicatrizantes
Uma das propriedades mais notáveis do cajá é a sua capacidade de atuar como um agente antimicrobiano natural. Os extratos da planta, especialmente da casca e das folhas, contêm compostos que combatem o crescimento de bactérias e fungos. Esta ação, combinada com a capacidade de acelerar a cicatrização, torna a planta útil para tratar feridas e infecções de pele. Uma pesquisa sobre o potencial terapêutico do cajá destacou que:
“Extratos aquosos e etanólicos de Spondias mombin exibiram atividade antibacteriana contra uma variedade de patógenos, incluindo Staphylococcus aureus e Escherichia coli. A planta também tem sido utilizada tradicionalmente para o tratamento de feridas e abscessos devido às suas propriedades cicatrizantes e anti-sépticas” (ADEBAYO; OGUNWANDE, 2018).

Benefícios para o sistema digestivo
O cajá, com sua polpa rica em fibras e outros compostos bioativos, é um aliado para a saúde digestiva. O consumo da fruta auxilia no bom funcionamento do intestino, prevenindo a constipação. A casca e as folhas da planta, por sua vez, são utilizadas na medicina tradicional para tratar diarreias e disenterias, devido ao seu efeito adstringente. Segundo uma revisão sobre o uso medicinal da planta,
“A Spondias mombin é tradicionalmente empregada para tratar distúrbios gastrointestinais, como a diarreia. Os taninos presentes na planta atuam como agentes adstringentes, contraindo os tecidos intestinais e reduzindo a perda de líquidos, o que confere um efeito antidiarreico” (VIEIRA et al., 2015).
Para aproveitar os benefícios do cajá, a polpa pode ser consumida in natura ou em sucos. Para os efeitos medicinais das folhas, um chá pode ser preparado. Lembre-se sempre de procurar orientação profissional antes de usar qualquer planta para fins medicinais.
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Uma fonte de saúde da natureza
- O cajá é um potente agente antioxidante e anti-inflamatório, combatendo o estresse oxidativo e a inflamação, conforme evidenciado por pesquisas científicas sobre seus fitoquímicos.
- Suas cascas e folhas possuem notáveis propriedades antimicrobianas e cicatrizantes, atuando como um protetor natural contra infecções.
- O consumo da fruta contribui para a saúde digestiva, enquanto a casca e as folhas podem ser usadas para tratar diarreia e outros distúrbios gastrointestinais.
Referências bibliográficas
- ADEBAYO, O. A.; OGUNWANDE, A. A. The chemical and biological properties of Spondias mombin L. (Anacardiaceae): a review. Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy, v. 10, n. 4, p. 57-67, 2018.
- OLIVEIRA, F. G. et al. Antioxidant and anti-inflammatory activities of the leaves of Spondias mombin L. Journal of Ethnopharmacology, v. 136, n. 1, p. 195-200, 2011.
- VIEIRA, L. M. et al. Spondias mombin L.: a review on its traditional uses, phytochemistry and pharmacological properties. African Journal of Biotechnology, v. 14, n. 15, p. 1324-1335, 2015.
- ALONSO, J. Tratado de Fitofarmacología y Clínica Médica. Buenos Aires: Isis Ediciones, 2004.









