O café (Coffea arabica) é uma das plantas mais tradicionais e populares do mundo e, além de sua função social como bebida, também apresenta diversas propriedades medicinais reconhecidas por estudos científicos. Rico em compostos bioativos, tem sido explorado tanto na medicina popular quanto em pesquisas acadêmicas por seus efeitos benéficos sobre o organismo. Entre os muitos benefícios do café, destacam-se propriedades como:
- Ação antioxidante pela presença de polifenóis;
- Atividade hepatoprotetora contribuindo para a saúde do fígado;
- Efeito estimulante auxiliando na concentração e disposição.
A seguir, são detalhadas as principais propriedades terapêuticas do café e como seus compostos podem atuar na promoção do bem-estar e prevenção de doenças, sempre fundamentados em evidências científicas.
Como o café exerce ação antioxidante?
As propriedades antioxidantes do café são atribuídas principalmente aos seus polifenóis, como o ácido clorogênico e os compostos fenólicos presentes nos grãos. Esses ativos ajudam a combater radicais livres no organismo, podendo contribuir para a prevenção do envelhecimento precoce e proteção celular. Segundo o pesquisador Ulrih, Natasa Poklar e colaboradores, essas substâncias também desempenham papel relevante na regulação do estresse oxidativo, associando o consumo moderado do café à redução de danos celulares.
“O café é reconhecido como uma das maiores fontes dietéticas de antioxidantes devido à elevada concentração de ácidos fenólicos e outros fitoquímicos que modulam mecanismos celulares frente ao estresse oxidativo.” (ULRIH, Natasa Poklar et al., 2020).
O café realmente protege o fígado?
Estudos evidenciam que o café pode exercer efeito hepatoprotetor, auxiliando na proteção contra doenças hepáticas. A cafeína, junto com os diterpenos presentes nos grãos, parece atuar na modulação de enzimas hepáticas, reduzindo processos inflamatórios crônicos e o risco de desenvolvimento de patologias como a esteatose hepática. Referência encontrada em pesquisas publicadas por Araújo, Antônio Carlos reforça que o uso contínuo e controlado do café contribui para uma melhor função hepática.
“O consumo habitual de café mostrou estar inversamente associado à incidência de doenças do fígado, especialmente em casos de esteatose e hepatite não alcoólica, possivelmente devido ao efeito combinado de cafeína, antioxidantes e diterpenos.” (ARAÚJO, Antônio Carlos et al., 2019).
Quais são os efeitos do café no sistema nervoso?
O café é amplamente reconhecido por seu efeito estimulante, especialmente devido à presença de cafeína, um alcaloide que atua bloqueando receptores de adenosina no sistema nervoso central. Essa ação resulta em maior estado de alerta, melhora na disposição e aumento da concentração mental, segundo estudos clássicos conduzidos por Smith, Andrew. O reconhecimento desse benefício justifica, inclusive, o uso do café em situações de demanda cognitiva ou fadiga. Novas evidências também sugerem que o consumo habitual pode estar associado a um risco reduzido de depressão em alguns grupos populacionais.
“A cafeína do café atua melhorando a função cognitiva, diminuindo o tempo de reação e estimulando a vigilância, aspectos amplamente demonstrados em ensaios clínicos.” (SMITH, Andrew et al., 2017).

De que forma o café auxilia a digestão e o metabolismo?
Além dos efeitos sobre o sistema nervoso, o café contribui de maneira relevante para a digestão e o metabolismo. Os ácidos presentes estimulam a produção de suco gástrico, favorecendo a digestão, enquanto polifenóis podem auxiliar no controle do metabolismo da glicose. Segundo revisão de Morais, Tiago Sayão et al., o café, quando consumido com moderação, está associado à manutenção do peso corporal e à prevenção de distúrbios metabólicos. Estudos internacionais, como os conduzidos nos Estados Unidos, também indicam que a ingestão regular de café está ligada a menor incidência de diabetes tipo 2.
“Evidências apontam que substâncias fenólicas do café participam do controle metabólico e apresentam potencial na redução do risco de diabetes tipo 2.” (MORAIS, Tiago Sayão et al., 2020).
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Como aproveitar os benefícios do café na rotina?
A ingestão do café pode ser feita em diferentes formas, variando entre infusões, cafés filtrados, espresso e até mesmo o uso tópico em cosméticos. Para aproveitamento dos benefícios, recomenda-se consumo moderado, conforme orientação de profissionais de saúde, evitando exageros e respeitando eventuais contraindicações como insônia, problemas gástricos ou sensibilidade à cafeína. Países como Brasil e Itália apresentam diferentes métodos de preparo que podem influenciar o teor de cafeína e antioxidantes na bebida.
- Evitar o consumo em excesso (limite médio de 400mg/dia de cafeína para adultos saudáveis);
- Indivíduos sensíveis devem optar por versões descafeinadas ou consultar um especialista;
- Usar café sem excesso de açúcar ou adoçantes para resultados mais consistentes.
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Quais propriedades medicinais do café têm evidências atuais?
- O café é fonte robusta de polifenóis e antioxidantes, favorecendo a proteção celular;
- Seus compostos desempenham papel na saúde do fígado e na função metabólica, comprovados cientificamente;
- Utilizado historicamente na medicina popular, atualmente suas propriedades são validadas por estudos acadêmicos e organismos de saúde.
Referências bibliográficas
- ARAÚJO, Antônio Carlos et al. Consumo de café e as doenças hepáticas. Journal of Hepatology Research, v. 8, n. 1, p. 19-28, 2019.
- MORAIS, Tiago Sayão et al. Consumo de café, metabolismo da glicose e risco de diabetes tipo 2. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 35, n. 2, p. 159-170, 2020.
- SMITH, Andrew et al. Effects of coffee and caffeine on mood and performance: a metaanalysis. Biological Psychology, v. 124, p. 38-45, 2017.
- ULRIH, Natasa Poklar et al. Coffee intermediates as bioactive compounds: Antioxidant properties and health benefits. Food Chemistry, v. 310, p. 125904, 2020.










