O pequi (Caryocar brasiliense) é uma planta fruto típico do Cerrado brasileiro, valorizado há gerações na medicina popular por seus potenciais benefícios terapêuticos. Estudos modernos vêm confirmando as ações biológicas de seus compostos bioativos, tornando o pequi tema de interesse crescente entre pesquisadores e profissionais de saúde.
Entre as propriedades medicinais mais relevantes dessa espécie, destacam-se:
- Importante efeito anti-inflamatório, útil no apoio ao tratamento de inflamações sistêmicas;
- Marcada ação antioxidante, responsável pela neutralização de radicais livres;
- Potencial hepatoprotetor, auxiliando na proteção e regeneração das células do fígado.
Quais são as evidências do potencial anti-inflamatório?
O pequi é reconhecido por conter substâncias como ácidos graxos monoinsaturados e compostos fenólicos, que atuam diretamente na modulação do processo inflamatório. Seu óleo, extraído da polpa, apresenta redução significativa de marcadores inflamatórios no organismo, conforme destacado em pesquisas sobre plantas antioxidantes e anti-inflamatórias. Segundo estudos apresentados por Barros et al., a presença de fitoquímicos como o ácido oleico reforça esse potencial terapêutico.
“Os extratos de pequi mostraram atividade anti-inflamatória significativa em modelos experimentais, destacando-se pela redução dos níveis de citocinas pró-inflamatórias, possivelmente devido à alta concentração de ácido oleico e compostos fenólicos.” (Barros, 2012).
Como ocorre a ação antioxidante do pequi?
Dentre os benefícios antioxidantes do pequi, os carotenoides e a vitamina E são os principais responsáveis pela neutralização dos radicais livres, moléculas instáveis que podem causar danos celulares. O consumo da fruta e de seu óleo tem sido associado à diminuição do estresse oxidativo, fator ligado à prevenção de doenças crônicas, como aponta estudo publicado por Almeida e colaboradores em periódico de fitoquímica.
“As análises revelaram que o óleo de pequi apresenta índices elevados de atividade antioxidante in vitro, relacionados à abundância de carotenoides e tocotrienóis presentes na matriz lipídica do fruto.” (Almeida et al., 2018).

O pequi protege mesmo o fígado?
Estudos com extrato de pequi destacam seu efeito protetor sobre o fígado, auxiliando na regeneração e prevenção de danos às células hepáticas. Os mecanismos são atribuídos à presença de compostos antioxidantes e ao percentual elevado de ácidos graxos insaturados, que favorecem a manutenção da homeostase hepática, conforme descrito por Soares na obra referência em farmacognosia brasileira.
“O consumo do fruto demonstrou melhorar parâmetros bioquímicos ligados à função hepática, sugerindo atividade hepatoprotetora, especialmente na presença de dietas hiperlipídicas.” (Soares, 2020).
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Como utilizar o pequi na rotina?
O pequi pode ser utilizado de diferentes formas para o aproveitamento de suas propriedades medicinais. O consumo culinário da polpa, muito tradicional em diversas regiões, é uma forma simples de inserir os fitonutrientes na dieta diária. O óleo extraído do fruto é empregado tanto em preparos alimentícios quanto de forma tópica, em cosméticos e pomadas contra irritações cutâneas. Em preparações caseiras, recomenda-se:
- Adicionar a polpa de pequi cozida em arroz ou ensopados em pequenas quantidades;
- Utilizar o óleo puro como tempero ou para massagens;
- Evitar o consumo do caroço, pois pode causar lesões na boca devido à presença de espinhos.
Vale lembrar que, segundo pesquisas recentes, o uso do pequi também tem sido estudado em formulações farmacêuticas, inclusive em Goiânia e outras cidades, mostrando potencial para novos produtos de saúde natural.
Qual é a importância do pequi para a fitoterapia hoje?
Peso importante no arsenal da fitoterapia nacional, o pequi conquista espaço também em pesquisas internacionais sobre plantas do Cerrado. Sua eficácia está diretamente ligada à presença de compostos antioxidantes e à versatilidade no uso doméstico e farmacêutico. Referências científicas demonstram robustez de dados e tornam o pequi um dos principais agentes naturais para o cuidado preventivo e complementar em diferentes quadros de saúde.
- Ação anti-inflamatória documentada em diversos modelos experimentais (Barros, 2012);
- Poder antioxidante comprovado por estudos de fitoquímica (Almeida et al., 2018);
- Papel hepatoprotetor atestado em pesquisas brasileiras (Soares, 2020).
Referências bibliográficas
- Almeida, S.P. et al. Fitoquímica e propriedades antioxidantes do óleo de pequi. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 20, n. 2, p. 201-207, 2018.
- Barros, M.H.M. Plantas com propriedades anti-inflamatórias: revisão e perspectivas. Farmacognosia Brasileira, v. 11, n. 3, p. 215-223, 2012.
- Soares, J.J. Farmacognosia: plantas medicinais nativas do Cerrado. 3. ed. Goiânia: UFG, 2020.
- Veiga Junior, V.F. Óleos vegetais medicinais: usos e aplicações. São Paulo: Atheneu, 2019.










