Muitos associam a creatina no cérebro apenas ao ganho de força muscular, mas esse suplemento desempenha um papel vital e silencioso na sua capacidade cognitiva. Ao atravessar a barreira hematoencefálica, a creatina atua como uma bateria recarregável para os neurônios, fornecendo a energia rápida necessária para pensar, memorizar e focar, especialmente em momentos de estresse mental.
O cérebro consome energia como um músculo?
Embora represente apenas 2% do peso corporal, o cérebro consome cerca de 20% de toda a energia do corpo. Assim como os músculos durante um sprint, os neurônios precisam de uma reposição imediata de ATP (a moeda de energia celular) quando estão sob demanda intensa, como ao resolver problemas complexos ou estudar.
A creatina armazenada no cérebro doa grupos fosfato para regenerar esse ATP rapidamente. Sem níveis adequados dessa substância, o “motor” cerebral pode falhar sob pressão, resultando em lentidão no raciocínio e dificuldade de processar informações novas com agilidade.

A creatina melhora a memória e o raciocínio?
Sim, especialmente em situações onde o cérebro está cansado ou desafiado. Estudos da Mayo Clinic indicam que a suplementação pode melhorar a performance em tarefas cognitivas complexas, beneficiando a memória de curto prazo e a inteligência fluida (raciocínio rápido).
Esse benefício é mais notável em idosos e em pessoas que não consomem creatina na dieta (como vegetarianos), pois seus estoques naturais tendem a ser menores. Para esses grupos, a suplementação pode representar um ganho significativo na velocidade de processamento mental.
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Ela combate a fadiga mental por falta de sono?
Um dos efeitos mais impressionantes da creatina é sua capacidade de mitigar os danos da privação de sono. Quando você dorme mal, os níveis de energia cerebral caem drasticamente, causando a famosa “névoa mental”.
A creatina ajuda a sustentar os níveis de energia neural mesmo quando você está exausto. Pesquisas mostram que ela pode reduzir a fadiga mental e manter o estado de alerta, funcionando como um escudo protetor contra o declínio cognitivo causado pelo cansaço extremo.
No vídeo a seguir, o Dr. Roque Marcos Savioli, com mais de 400 mil inscritos, explica os benefícios da creatina:
Existe um efeito neuroprotetor a longo prazo?
Além da energia imediata, a creatina atua na proteção das células cerebrais. Ela ajuda a reduzir o estresse oxidativo e a estabilizar as membranas mitocondriais, o que é vital para a longevidade dos neurônios.
A Cleveland Clinic destaca que esse potencial neuroprotetor está sendo estudado para doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Huntington. Embora não seja uma cura, a manutenção de níveis ótimos de energia celular é uma estratégia promissora para a saúde cerebral a longo prazo.
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Quem mais se beneficia desse efeito cognitivo?
Embora atletas usem para o corpo, o uso para a mente é estratégico para grupos específicos que enfrentam alta demanda metabólica cerebral.
Se você se encaixa em um destes perfis, a creatina pode ser um aliado mental poderoso:
- Vegetarianos e Veganos: Possuem estoques cerebrais naturalmente menores devido à dieta.
- Estudantes e Profissionais: Que enfrentam longas horas de trabalho mental e pouco sono.
- Idosos: Para combater a perda natural de fosfocreatina e proteger a memória.









