O papel do psicólogo Forense é crucial na compreensão do comportamento criminoso, especialmente em casos de crimes violentos e notórios. Este profissional, como Thiago Luís da Silva, atua na análise da mente de indivíduos que cometeram atos brutais, auxiliando a Justiça na avaliação da capacidade desses indivíduos de reintegrarem-se à sociedade. A complexidade do comportamento humano, especialmente em crimes como o parricídio, exige uma análise cuidadosa e detalhada, considerando múltiplos fatores que podem influenciar as ações de um indivíduo.
Um caso recente que ilustra essa complexidade é o do garoto de 14 anos que confessou ter matado seus pais e seu irmão de 3 anos em Itaperuna, no Rio de Janeiro. A motivação, segundo investigações iniciais, estaria ligada a um relacionamento virtual que ele mantinha com uma adolescente de Água Boa, Mato Grosso, a 736 km de Cuiabá. O casal se conheceu através de um jogo online, um detalhe que levanta questões sobre a influência de relações virtuais na dinâmica familiar e no comportamento de jovens. A Polícia Civil do Rio de Janeiro está conduzindo as investigações e reforça que mais detalhes não serão divulgados para preservar o andamento do inquérito. Os corpos foram descobertos após um forte odor alertar os policiais que foram até a casa da família na quarta-feira (25).

O estudo da mente criminosa envolve a aplicação de diversas técnicas e testes psicológicos, como o teste de Rorschach, que busca entender aspectos profundos da personalidade dos indivíduos. No entanto, é importante ressaltar que cada caso é único, e as motivações para o crime podem variar significativamente. Não há um padrão psíquico comum entre aqueles que cometem crimes contra os próprios pais, e cada narrativa é singular, refletindo a complexidade da mente humana.
Quais são as motivações por trás dos crimes familiares?
As motivações para crimes familiares, como o parricídio, são diversas e frequentemente complexas. Elas podem estar relacionadas à constituição psíquica do indivíduo, à sua história de vida, à qualidade dos laços sociais e familiares, e a questões sociais mais amplas. No caso do jovem de Itaperuna, a relação virtual aparece como um possível catalisador para um rompimento trágico. Em alguns casos, a motivação pode ser financeira, enquanto em outros, pode haver uma história de violência familiar ou privações emocionais significativas. A ausência de sinais claros na infância e adolescência é comum, surpreendendo muitas vezes aqueles que conheciam o agressor como uma pessoa calma e tranquila.
É possível prever comportamentos violentos na infância?
Identificar traços de comportamento violento na infância é um desafio, mas algumas crianças podem apresentar sinais precoces de transtornos de conduta, que podem evoluir para transtornos antissociais na vida adulta. No entanto, esses sinais podem ser sutis ou acentuados, dependendo de cada caso. É fundamental que pais e responsáveis fiquem atentos a comportamentos violentos e busquem ajuda especializada se necessário, pois a intervenção precoce pode ser crucial para o desenvolvimento saudável da criança.
Como ocorre o rompimento afetivo entre pais e filhos?
O rompimento afetivo entre pais e filhos, que pode levar a crimes como o parricídio, é um fenômeno complexo. Em alguns casos, pode não ter havido um vínculo afetivo significativo desde o início. Fatores como a morte de um dos pais, mudanças no estilo familiar ou interações afetivas inexistentes podem contribuir para esse rompimento. No caso de Itaperuna, o impacto de uma relação virtual com uma adolescente distante pode ter amplificado um distanciamento já existente. A literatura e a história estão repletas de exemplos de parricídio, refletindo a complexidade das relações familiares e a dificuldade em compreender completamente as motivações por trás desses atos.
Qual é o tratamento indicado para parricidas?
O tratamento para parricidas e criminosos violentos é um tema de debate e não há consenso sobre a abordagem mais eficaz. A privação de liberdade é frequentemente vista como uma forma de “cura”, mas o sistema prisional enfrenta desafios significativos, como a falta de recursos e de um plano de tratamento efetivo. O tratamento deve considerar aspectos médicos, psicológicos, sociais e econômicos, refletindo a complexidade das necessidades desses indivíduos. O caso de Itaperuna ressalta a necessidade de entender como influências externas, como relações virtuais, podem impactar a saúde mental dos jovens.
Em última análise, a compreensão do comportamento criminoso e a reabilitação de indivíduos que cometeram crimes violentos exigem uma abordagem multidisciplinar e um entendimento profundo das motivações e circunstâncias de cada caso. O trabalho do psicólogo Forense é essencial para lançar luz sobre esses aspectos e auxiliar na busca por justiça e reintegração social.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









