A cafeína é o estimulante mais usado no mundo, mas seu consumo excessivo é um disruptor do sono e um estressor para o sistema cardiovascular. Ela interfere quimicamente no cansaço natural e força o coração a trabalhar sob pressão.
Como a cafeína engana o cérebro para bloquear o sono?
A cafeína atua como um bloqueador da adenosina, o neurotransmissor que se acumula ao longo do dia para criar a “pressão de sono”.
Ao se encaixar nesses receptores, a cafeína impede que o cérebro sinta o cansaço natural, mantendo-o em estado de alerta artificial e dificultando o relaxamento.

O que é a “meia-vida” e por que ela afeta o sono profundo?
A “meia-vida” da cafeína (tempo para o corpo eliminar 50% dela) é longa, geralmente de 4 a 6 horas. Isso significa que um café tomado às 16h ainda tem metade da sua força às 22h.
Mesmo que você “apague”, a cafeína restante no sistema impede que o cérebro atinja os estágios de sono profundo e REM, resultando em um sono leve e não restaurador.
Qual o impacto imediato do excesso de cafeína no coração?
A cafeína estimula o sistema nervoso simpático (“luta ou fuga”), o que libera adrenalina e causa vasoconstrição (aperto das artérias).
Isso força o coração a bombear o sangue contra uma resistência maior, aumentando temporariamente a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Leia também: Qual é o erro comum que mais ignora e limita os resultados do exercício?
O excesso pode causar palpitações ou ansiedade?
Sim. A superestimulação do sistema nervoso central é uma das principais causas de ansiedade induzida. O excesso de cafeína imita a resposta de pânico do corpo, causando nervosismo e agitação.
Essa agitação pode desregular o ritmo elétrico do coração, causando palpitações (batimentos cardíacos irregulares ou acelerados), um efeito colateral conhecido que pode ser assustador, embora geralmente benigno em doses moderadas.
No vídeo do Dr. Mauricio Medeiros é explicado um pouco melhor sobre o consumo do café:
Quais são os limites seguros e os sinais de excesso?
A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) considera 400 mg por dia (cerca de 4 xícaras de café coado) como um limite seguro para adultos saudáveis.
É crucial reconhecer os sinais de alerta de que você está ultrapassando seu limite individual. Os sintomas mais comuns de consumo excessivo incluem:
- Insônia ou sono fragmentado (acordar várias vezes).
- Tremores, nervosismo ou sensação de “agitação” (jitters).
- Problemas digestivos (azia ou refluxo, pois a cafeína relaxa o esfíncter).
- Dores de cabeça ou tonturas.
Leia também: O consumo frequente de batata-doce pode beneficiar sua saúde de uma forma inesperada
O café das 16h ainda está agindo às 22h?
Sim. O principal problema da cafeína é sua longa “meia-vida”, que é o tempo que o corpo leva para eliminar metade da substância. Em média, essa meia-vida é de 4 a 6 horas.
Isso significa que aquele café tomado às 16h para “dar um gás” ainda tem 50% da sua força total circulando no seu cérebro às 22h, quando você está tentando dormir. A cafeína age bloqueando a adenosina, o neurotransmissor que nos faz sentir cansaço. Mesmo que você consiga “apagar”, essa cafeína restante impede que o cérebro entre nos estágios de sono profundo (essenciais para o reparo), resultando em uma noite mal dormida.
Qual é o limite? E quanto tem em uma xícara?
O limite seguro estabelecido pela FDA (agência dos EUA) para um adulto saudável é de 400 mg por dia.
- Uma xícara (copo americano) de café coado, com cerca de 200 ml, tem aproximadamente 80 a 100 mg de cafeína.
Isso significa que o limite seguro de 400 mg é atingido com cerca de 4 a 5 xícaras de 200 ml de café coado ao longo do dia. Exceder isso aumenta muito o risco dos efeitos colaterais mencionados, como ansiedade, palpitações e insônia.










