Entre os vários cuidados indicados para manter o fígado em bom estado, a presença adequada de colina na alimentação tem ganhado espaço nas orientações de profissionais de saúde. Esse nutriente participa diretamente do metabolismo de gorduras e da proteção das células hepáticas, sendo relevante para evitar o acúmulo de lipídios no órgão e auxiliar na prevenção de quadros como a esteatose hepática, especialmente quando associado a um estilo de vida saudável.
O que é colina e qual sua importância para o fígado
A colina é um composto orgânico que atua de forma integrada com vitaminas do complexo B e é considerada um nutriente essencial, pois a produção interna não cobre as necessidades diárias. No fígado, participa da síntese de fosfolipídios, principalmente a fosfatidilcolina, que compõe a membrana das células hepáticas, preservando sua integridade estrutural e funcional.
Além disso, a colina está envolvida na formação da VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa), responsável por transportar triglicerídeos para fora do fígado. Quando esse transporte funciona bem, há menor tendência ao acúmulo de gordura nos hepatócitos; na deficiência de colina, o processo é prejudicado, favorecendo depósito de lipídios e aumentando o risco de esteatose ao longo do tempo.

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Como a colina atua na quebra de gorduras e na prevenção da esteatose
A função da colina na quebra de gorduras está diretamente ligada ao seu papel no metabolismo lipídico, permitindo que o fígado transforme gorduras em energia ou em partículas transportáveis pelo sangue. Com isso, o órgão não se torna um “depósito” permanente de triglicerídeos, o que reduz o risco de fígado gorduroso não alcoólico e outras alterações metabólicas associadas.
Esse efeito é observado principalmente em três frentes, que ajudam a explicar por que a colina costuma ser incluída em estratégias nutricionais para proteger o fígado:
- Mobilização de gorduras: facilita a saída de triglicerídeos do fígado por meio da formação de VLDL.
- Proteção das células hepáticas: participa da estrutura das membranas celulares, aumentando a resistência a agressões metabólicas.
- Regulação do metabolismo: atua como doadora de grupos metil em reações que influenciam o uso e a distribuição de gorduras no organismo.
Quais são as principais fontes alimentares de colina
A colina está presente em diversos alimentos comuns, com maior concentração em produtos de origem animal, embora também existam boas opções vegetais. A escolha das fontes deve considerar preferências, restrições alimentares e, quando necessário, orientações para condições específicas como gravidez, vegetarianismo ou doenças hepáticas.

Entre as fontes mais conhecidas de colina, destacam-se ovos (principalmente a gema), fígado e vísceras, carnes em geral, leite e derivados, além de soja, leguminosas, nozes e sementes. Montar refeições que combinem diferentes fontes ao longo do dia, em vez de concentrar tudo em um único alimento, facilita atingir o aporte necessário com maior variedade nutricional.
Qual é a quantidade recomendada de colina e quem precisa de mais atenção
As necessidades diárias de colina variam conforme idade, sexo e condição de saúde, mas, em adultos, situam-se em centenas de miligramas por dia, com pequenas diferenças entre homens e mulheres. Gestantes e lactantes costumam ter necessidades aumentadas, pois a colina também participa do desenvolvimento neurológico do feto e do bebê, sendo tema frequente em orientações pré-natais.
Alguns grupos requerem atenção especial ao consumo de colina, como pessoas com diagnóstico ou risco de esteatose hepática, indivíduos com ingestão proteica muito baixa ou dietas muito restritivas, bem como gestantes, lactantes e pessoas com doenças hepáticas crônicas. Nesses casos, avalia-se detalhadamente a alimentação e, se necessário, considera-se suplementação sob acompanhamento profissional, já que o excesso de colina também pode causar desconfortos e alterações metabólicas.
Se você gosta de ouvir opiniões de especialistas, separamos esse vídeo do canal da nutricionista Andreia Torres explicando a importância da colina na saúde:
Como incluir colina no dia a dia para proteger o fígado de forma prática
Cuidar da saúde do fígado envolve um conjunto de hábitos, e a colina ocupa lugar importante nesse contexto, especialmente em planos voltados à prevenção ou manejo da esteatose. Pequenas mudanças na rotina alimentar, priorizando fontes naturais do nutriente, podem ser suficientes para melhorar o aporte diário sem necessidade imediata de suplementos na maior parte das pessoas.
Alguns exemplos de ajustes simples na alimentação ajudam a distribuir melhor a ingestão de colina ao longo do dia e podem ser adaptados a diferentes padrões alimentares:
- Inserir ovos em preparações ao longo da semana, como omeletes, ovos cozidos ou mexidos.
- Alternar tipos de carnes, incluindo peixes e aves em combinações variadas nas principais refeições.
- Aproveitar leguminosas como base de pratos principais em alguns dias, como feijão, lentilha ou grão-de-bico.
- Usar soja e derivados como opção para quem reduz produtos de origem animal, como tofu e bebidas vegetais.
- Acrescentar oleaginosas (como nozes e amêndoas) em lanches ou saladas, contribuindo com pequenas quantidades diárias.
Com acompanhamento adequado, a colina pode ser integrada a um plano alimentar equilibrado, contribuindo para um metabolismo de gorduras mais eficiente e para a redução do risco de esteatose hepática. Assim, o nutriente se torna uma peça importante na proteção do fígado, ao lado de hábitos como controle de peso, atividade física regular, sono de boa qualidade e moderação no consumo de álcool e alimentos ultraprocessados.










