É comum encontrar pessoas que preferem dormir com a televisão ligada, acreditando que o ruído de fundo ajuda a relaxar ou afastar pensamentos indesejados. Entretanto, a ciência moderna tem investigado essa prática de perto e aponta para implicações significativas na qualidade do sono e, consequentemente, na saúde geral.
Na última década, estudos têm analisado o impacto da exposição à luz e ao som produzidos por aparelhos eletrônicos durante o período de descanso. Pesquisadores renomados indicam que o costume de deixar a TV ligada pode atrapalhar profundamente processos biológicos necessários para o descanso adequado do organismo.
Como dormir com a televisão ligada afeta a saúde?
Resultados recentes obtidos através de pesquisas acadêmicas demonstram que tanto a luz do visor quanto o som contínuo acabam interferindo nos ciclos naturais do adormecer. Durante o sono, o corpo realiza funções essenciais, incluindo a regulação da pressão arterial, o ajuste da frequência do coração e a estabilidade vascular. Quando há estímulos externos, como os emitidos pela televisão, esses mecanismos podem ser interrompidos, sobrecarregando o sistema cardiovascular.
De acordo com especialistas em neurologia, esses distúrbios ao longo da noite podem elevar o risco de diversos problemas de saúde, tais como pressão alta, doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. Os dados atuais reforçam que o sono superficial e entrecortado, típico de quem dorme sob influência de telas, é menos reparador, resultando em maior fadiga, irritação e queda do desempenho cognitivo no dia seguinte.
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O que a luz artificial pode causar ao relógio biológico?
A influência da luz artificial não se limita apenas à televisão. Muitas pessoas preferem manter abajures ou outros tipos de iluminação suave acessos durante a noite, acreditando tratar-se de uma alternativa inofensiva. No entanto, o sistema circadiano, responsável por coordenar os ritmos internos do corpo, pode ser afetado por qualquer fonte de luz, independente de sua intensidade.
- Supressão da melatonina: A presença de luz faz com que o cérebro reduza a produção de melatonina, hormônio essencial para o início e a manutenção do sono profundo.
- Fragmentação do sono: Quando a melatonina é bloqueada, as pessoas têm mais dificuldade para adormecer e tendem a acordar várias vezes ao longo da noite.
- Dificuldade de volta ao sono: Até mesmo interrupções curtas, como acender a luz por poucos minutos, podem prejudicar a continuidade do descanso noturno.

Quais cuidados podem ajudar na qualidade do sono?
Para preservar a saúde do sono, recomenda-se adotar estratégias que minimizem a exposição à luminosidade e sons artificiais durante a noite. Entre as dicas mais recomendadas por especialistas em distúrbios do sono estão:
- Desligar a televisão e outros dispositivos eletrônicos pelo menos meia hora antes de deitar-se.
- Utilizar cortinas que bloqueiem completamente a entrada de luz externa no quarto.
- Optar por pequenas luzes indiretas, se for realmente necessário manter alguma iluminação, sempre com tonalidade amarela ou âmbar.
- Evitar acionar luzes intensas durante eventuais idas ao banheiro à noite.
Outro ponto importante está relacionado ao desenvolvimento de rotinas relaxantes, como a leitura de livros impressos, meditação ou banhos mornos previamente ao sono, de forma que o organismo reconheça esse momento como um convite para o repouso.
Qual a importância de monitorar hábitos noturnos?
As evidências científicas apontam que a forma como cada pessoa organiza seu ambiente noturno pode influenciar, direta ou indiretamente, a disposição física, o humor e até o funcionamento do metabolismo. Condições como insônia, fadiga permanente e lentidão no raciocínio estão frequentemente ligadas ao sono interrompido ou mal aproveitado, agravado pela exposição constante à tecnologia.
Buscar equilíbrio entre conforto e saúde, investindo num ambiente escuro e silencioso, representa uma medida eficaz para promover noites mais tranquilas e fortalecer a saúde mental e corporal, reduzindo riscos associados a problemas cardiovasculares e distúrbios relacionados ao sono.








