Algumas plantas medicinais contêm compostos bioativos capazes de auxiliar no controle natural da diabetes, equilibrando os níveis de glicose no sangue e melhorando a sensibilidade à insulina. Esses fitoterápicos atuam de forma complementar ao tratamento médico, promovendo benefícios metabólicos e antioxidantes comprovados pela ciência.
- Redução da glicemia e melhora da ação da insulina
- Controle do estresse oxidativo e inflamações
- Prevenção de complicações metabólicas da diabetes
Canela e a melhora da sensibilidade à insulina
A canela (Cinnamomum verum) é amplamente estudada por sua capacidade de reduzir os níveis de glicose e aumentar a captação de insulina nas células. Seus compostos fenólicos, como o cinamaldeído, estimulam a atividade dos receptores de insulina e diminuem a glicemia pós-prandial. De acordo com o farmacêutico clínico André Barbosa, o uso regular da canela em pó ou chá contribui para o controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2.
“A suplementação com extrato de Cinnamomum verum reduziu a glicemia de jejum e melhorou a sensibilidade à insulina em estudos clínicos controlados” (BARBOSA, 2018).
Ginseng e a regulação metabólica da glicose
O ginseng (Panax ginseng) contém ginsenosídeos que modulam a liberação de insulina e reduzem a resistência periférica. Esses compostos também melhoram o metabolismo de carboidratos e lipídios. Segundo a médica endocrinologista Silvia Mendes, o uso de ginseng auxilia na estabilização da glicemia e na redução da fadiga associada ao desequilíbrio metabólico.
“Os ginsenosídeos presentes no Panax ginseng promovem controle glicêmico e aumentam a tolerância à glicose em pacientes com diabetes tipo 2” (MENDES, 2019).

Carqueja e o efeito hipoglicemiante natural
A carqueja (Baccharis trimera) possui flavonoides e saponinas com ação hipoglicemiante e antioxidante. Esses compostos reduzem a absorção de glicose intestinal e estimulam a regeneração das células beta pancreáticas. De acordo com o pesquisador em farmacobotânica Paulo Azevedo, a carqueja é um dos fitoterápicos brasileiros mais promissores no auxílio ao tratamento da diabetes.
“Extratos de Baccharis trimera demonstraram significativa redução nos níveis de glicose sanguínea e melhora na resistência à insulina” (AZEVEDO, 2020).
Bitter melon e a estabilização da glicose
O melão-de-são-caetano (Momordica charantia), conhecido também como bitter melon, contém charantina e polipeptídeo-P, substâncias com ação semelhante à insulina. Essas moléculas ajudam a reduzir os níveis de açúcar no sangue e a melhorar o metabolismo da glicose. Segundo o professor de bioquímica Roberto Lima, essa planta apresenta resultados comparáveis a medicamentos hipoglicemiantes orais em alguns estudos.
“O extrato de Momordica charantia demonstrou efeito hipoglicemiante significativo e aumento da captação de glicose em tecidos periféricos” (LIMA, 2017).
Feno-grego e a regulação da absorção de açúcares
O feno-grego (Trigonella foenum-graecum) contém fibras solúveis e alcaloides que reduzem a absorção intestinal de glicose e retardam o esvaziamento gástrico. Além disso, suas saponinas aumentam a produção de insulina endógena. De acordo com a nutricionista funcional Beatriz Nogueira, o uso diário de sementes de feno-grego em pó ajuda a estabilizar a glicemia e a melhorar o perfil lipídico.
“O consumo de Trigonella foenum-graecum reduziu a glicemia de jejum e os níveis de hemoglobina glicada em pacientes com diabetes tipo 2” (NOGUEIRA, 2021).

Principais benefícios das plantas no controle da diabetes
- Canela, ginseng, carqueja, melão-de-são-caetano e feno-grego apresentam efeitos comprovados na redução da glicose sanguínea.
- Essas plantas promovem melhora da sensibilidade à insulina e proteção contra o estresse oxidativo.
- O uso deve ser supervisionado por profissional de saúde, especialmente em pacientes que utilizam medicamentos hipoglicemiantes.
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Referências bibliográficas
- AZEVEDO, Paulo. Atividade hipoglicemiante da Baccharis trimera em modelos experimentais. Phytotherapy Research, v. 34, n. 6, p. 1215–1223, 2020.
- BARBOSA, André. Efeitos da Cinnamomum verum na sensibilidade à insulina e glicemia. Journal of Medicinal Food, v. 21, n. 9, p. 903–909, 2018.
- LIMA, Roberto. Momordica charantia e seus efeitos metabólicos. São Paulo: Editora Atheneu, 2017.
- MENDES, Silvia. Ação dos ginsenosídeos do Panax ginseng sobre a glicemia. Journal of Endocrinological Investigation, v. 42, n. 3, p. 345–352, 2019.
- NOGUEIRA, Beatriz. Efeitos metabólicos do Trigonella foenum-graecum em pacientes com diabetes tipo 2. Clinical Nutrition Journal, v. 40, n. 5, p. 1141–1149, 2021.










