O avanço no tratamento do Câncer de Bexiga com o uso de terapia combinada de anticorpos representa uma revolução significativa no campo da oncologia. Recentemente aprovado pelo National Health Service (NHS) da Inglaterra, este método inova ao aumentar consideravelmente as taxas de sobrevivência e remissão em pacientes que lidam com essa forma agressiva de câncer. Anualmente, cerca de 1.250 pacientes poderão se beneficiar desse tratamento, que promete alterar o panorama atual das terapias oncológicas.
Os ensaios clínicos foram um marco decisivo para a aprovação deste tratamento. Conforme indicam os resultados, pacientes com a doença em estado metastático, ou seja, espalhada para outras partes do corpo, viveram até duas vezes mais tempo após receberem a nova terapia em comparação à quimioterapia tradicional. Este processo inovador envolve a utilização do enfortumabe vedotina, que atua matando diretamente as células cancerígenas, e o pembrolizumabe, que ativa o sistema imunológico para atacar as células malignas remanescentes. A administração desses medicamentos ocorre via infusão intravenosa, especialmente em casos onde o câncer já se espalhou ou quando não é possível removê-lo cirurgicamente.
Por que a combinação de anticorpos é revolucionária?
O Câncer de Bexiga é notoriamente difícil de tratar com métodos convencionais de quimioterapia, com uma expectativa de vida reduzida para aqueles em estágio metastático. Este novo tratamento, porém, trouxe uma esperança renovada: a sobrevivência em média passou de 1,5 anos com quimioterapia tradicional para mais de 2,5 anos com a combinação de anticorpos. Além disso, a duração em que o câncer foi mantido sob controle saltou de 6 meses para cerca de 1,5 anos.
Outro dado impressionante é o percentual de pacientes que não apresentam traços detectáveis da doença após o tratamento: quase 30% em comparação a 12,5% com o uso da quimioterapia. Estes números evidenciam o efeito profundo que este tratamento pode ter na qualidade de vida e na longevidade dos pacientes.
Qual o impacto do tratamento no cotidiano dos pacientes?

A possibilidade de aumentar a expectativa de vida oferece não apenas mais tempo, mas também a chance de momentos preciosos com entes queridos, algo que, para muitos pacientes e suas famílias, é imensurável. De acordo com Peter Johnson, diretor clínico nacional de câncer do NHS England, o impacto desta terapia vai além da eficácia médica. Trata-se de proporcionar uma resposta sólida a um problema que, até então, apresentava poucas alternativas viáveis após a metástase.
Como funciona o tratamento com enfortumabe vedotina e pembrolizumabe?
O enfortumabe vedotina age como um agente direto, atacando as células cancerígenas, enquanto o pembrolizumabe fortalece o sistema imunológico para que ele possa identificar e destruir as células cancerosas restantes. Esta abordagem dupla aumenta a eficácia do tratamento, oferecendo uma solução mais completa e menos invasiva do que as opções cirúrgicas.
Os avanços na medicina oncológica, como este, redefinem o futuro do tratamento para cânceres tradicionalmente complexos de se tratar. Com a adoção da terapia combinada de anticorpos, o NHS inaugura uma nova era de esperança e inovação para pacientes que lutam contra o Câncer de Bexiga, enfatizando não apenas a sobrevivência, mas também a qualidade de vida.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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