O Omeprazol, frequentemente referido como protetor gástrico, é amplamente utilizado no Brasil devido à sua eficácia no alívio de sintomas como azia e queimação. Este uso frequente, muitas vezes sem prescrição médica, levanta preocupações entre os profissionais de saúde, principalmente devido aos potenciais efeitos adversos associados ao seu uso prolongado e indiscriminado.
Especialistas como a gastroenterologista Daniela Carvalho alertam que a popularidade do Omeprazol surge em parte da rápida sensação de alívio que proporciona. No entanto, isso levou ao uso inclusive por pessoas sem uma indicação médica adequada. Esse comportamento pode resultar em complicações sérias, pois o uso prolongado do medicamento pode modificar a secreção ácida do estômago, causando hipertrofia da mucosa gástrica e o aparecimento de pólipos.
Quais são os riscos do uso prolongado de Omeprazol?
Entre os riscos associados ao uso crônico do Omeprazol, destacam-se as possíveis alterações na microbiota intestinal e a redução na absorção de nutrientes essenciais. Thicianie, outra especialista na área, aponta que o uso contínuo pode impactar a absorção de vitamina B12, magnésio, e também de ferro e cálcio, especialmente entre idosos e pessoas que utilizam o medicamento por muitos anos.

Além dos possíveis déficits nutricionais, há preocupações quanto ao aumento do risco de desenvolver certos tipos de tumores gástricos em casos de uso muito prolongado. Contudo, esses riscos são considerados baixos, e recomenda-se sempre um acompanhamento médico para aqueles que utilizam o medicamento por longos períodos.
Quando o uso do Omeprazol é realmente necessário?
Apesar das restrições e riscos, o Omeprazol mantém-se essencial em diversos tratamentos médicos. É amplamente utilizado para tratar condições como úlcera péptica, esofagite erosiva, doença do refluxo grave, síndrome de Barrett e durante o tratamento de erradicação da bactéria Helicobacter pylori. Nessas situações, seu uso traz benefícios que superam os riscos potenciais.
Existem alternativas ao uso prolongado de inibidores de bomba de prótons como o Omeprazol?
Para quem busca alternativas ao uso prolongado do Omeprazol, novas classes de medicamentos, como os bloqueadores de ácido potássio competitivo, vêm sendo estudadas. A vonoprazana, por exemplo, já está disponível em algumas regiões e é conhecida por sua ação rápida e eficaz. Contudo, ainda são necessários estudos mais detalhados para compreender seus efeitos a longo prazo.
Além disso, práticas não medicamentosas são vitais para o controle dos sintomas de refluxo gastroesofágico e podem reduzir a necessidade de uso constante do medicamento. Medidas como a perda de peso, evitar deitar-se logo após as refeições e a redução do consumo de álcool e tabaco são recomendadas para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida sem depender exclusivamente de medicamentos.
Portanto, enquanto o Omeprazol desempenha um papel importante no tratamento de diversas doenças digestivas, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado e acompanhado por profissionais de saúde para minimizar riscos e garantir a saúde e bem-estar dos pacientes.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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