É comum que, diante de uma situação em que não se compreende algo dito, muitas pessoas prefiram Fingir que Entenderam a pedir para que a informação seja repetida. Esse comportamento, aparentemente simples, revela nuances psicológicas profundas que se interligam com a forma como os indivíduos percebem possíveis julgamentos alheios. O medo de parecer desatento ou de ser julgado, por exemplo, são fatores que pesam nessa decisão.
Ao evitar pedir esclarecimentos, muitas pessoas tentam evitar desconforto e preservar sua imagem pessoal. A preocupação com a forma como são vistas pelos outros está na raiz desse silêncio autoimposto. Essa atitude não se resume a uma simples timidez ou distração; é um reflexo do desejo de evitar ser percebido como alguém com falta de atenção ou, de alguma forma, cognitivamente deficiente.
Por que fingimos que entendemos algo?
Este comportamento pode ser explicado por diversos fatores. Primeiramente, há o medo da avaliação negativa. Quando alguém pede para repetir algo, existe o temor de ser considerado desatento ou pouco inteligente. Esse receio de julgamento negativo é um dos principais fatores do embaraço social. Como aponta um artigo do The Washington Post, esses momentos embaraçosos permanecem em nossa memória, alimentando a ansiedade.

Como a vergonha influencia nosso comportamento?
A vergonha, nessa dinâmica, é uma emoção autorreflexiva. Surge quando se percebe que alguma norma social foi violada, mesmo que involuntariamente. Pedir para repetir algo pode evidenciar essa falha, tornando o momento constrangedor. Paradoxalmente, esse constrangimento demonstra uma preocupação com as normas sociais, algo que pode ser interpretado como um sinal de respeito e confiabilidade.
Em que situações o constrangimento é maior?
O grau de vergonha pode variar conforme a distância social entre os envolvidos na conversa. Quando se trata de estranhos ou pessoas com quem há menos vínculo, essa vergonha tende a ser mais intensa. Estudos indicam que quanto maior a distância social, maior o desconforto ao expor uma falha.
Como melhorar a comunicação e os relacionamentos?
Entender os mecanismos por trás desse comportamento pode ser um passo importante para melhorar a comunicação pessoal e laboral. Reconhecer que o pedido de repetição não deve ser um motivo de vergonha, mas sim uma oportunidade de clarificação e aprendizagem, pode enriquecer as interações interpessoais. Incentivar um ambiente em que a comunicação clara e direta seja valorizada pode reduzir a ansiedade associada a possíveis mal-entendidos.
No entanto, para superar essa barreira, é crucial fomentar uma comunicação aberta e sem julgamentos, ajudando a criar espaços onde todos se sintam à vontade para buscar esclarecimentos quando necessário.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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