O Cérebro humano é complexo e fascinante em suas reações e adaptações às ameaças, sejam elas reais ou percebidas. Esta capacidade de resposta é fruto de milhões de anos de evolução, em que o sistema nervoso foi se aperfeiçoando para garantir a sobrevivência em um mundo cheio de predadores e incertezas. Esse comportamento de “autossabotagem” pode ser compreendido como um meio do Cérebro de lidar com ameaças de forma controlada.
Desdobramentos dessa autossabotagem são comuns em diversas formas, como a procrastinação e o perfeccionismo. A procrastinação, por exemplo, é uma maneira inconsciente de evitar o fracasso e a rejeição, adiando uma ação potencialmente desafiadora. Já o perfeccionismo promove um foco exagerado nos detalhes para prevenir erros, o que, ironicamente, pode levar ao estresse e ao cansaço mental.
Como o Cérebro usa o medo para proteger?
Nossa evolução enquanto espécie diurna e sem muitos recursos físicos de defesa nos guiou a desenvolver capacidades mentais excepcionais. O Cérebro, movido pela necessidade de antever perigos, criou um sistema de alerta contínuo, ativando neurotransmissores que estimulam nossos sentidos. Tal sistema nos permite responder rapidamente a ameaças eminentes e sustentar a segurança.
Quais são as consequências dos comportamentos de autossabotagem?
Embora o sistema de alerta do Cérebro seja útil, ele também pode engendrar profecias autorrealizáveis. Um exemplo ocorre quando alguém, acreditando em sua superioridade em uma tarefa, relaxa demais e vê seu desempenho diminuir. Quem teme falhar intensamente pode evitar situações desafiadoras que, na realidade, poderiam ser superadas. Desse modo, o medo pode tanto obstaculizar o progresso quanto preservar a integridade psicológica.

Por que os adolescentes se engajam em automutilação?
O ato de autoinfligir dano é mais observável entre adolescentes, muitas vezes como resposta a estresses psicológicos intensos. Esse comportamento constitui um mecanismo de defesa onde pequenos danos físicos proporcionam alívio contra distúrbios emocionais maiores, como depressão ou ansiedade. Situações adversas, tais como bullying ou traumas, podem exacerbar essa busca por controle através da dor física.
Qual o impacto do autismo na propensão à automutilação?
No espectro do autismo, a automutilação pode servir como meio de manejo da ansiedade e do estresse sensorial. Em situações desafiadoras, como barulhos intensos ou mudanças imprevistas no ambiente, alguns podem se machucar como estratégia para aliviar a tensão. Essa ação funciona como uma técnica biológica para estabilizar emoções em um estado de opressão constante.
O estudo das técnicas psicológicas para mitigar comportamentos autolesivos visa minimizar a necessidade de autossabotagem. Ao entender as raízes profundas desses comportamentos na nossa evolução e capacidade de sobrevivência, é possível abordar soluções que promovam um enfrentamento saudável das incertezas diárias.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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