O lançamento de Predator: Killer of Killers em 6 de junho de 2025 pegou a indústria cinematográfica de surpresa. Ninguém esperava que uma animação feita em segredo por Dan Trachtenberg alcançasse 96% de aprovação no Rotten Tomatoes e se tornasse instantaneamente um dos melhores filmes da franquia desde o original de 1987. A produção simultânea com Predator: Badlands, que chega aos cinemas em novembro, demonstrou a ambição extraordinária do diretor que ressuscitou a série com Prey em 2022.
A Third Floor, empresa de visualização conhecida pelos trabalhos com a Marvel, assumiu sua primeira produção de animação completa e entregou resultados impressionantes. Josh Wassung, cofundador da empresa e codiretor do filme, trabalhou lado a lado com Trachtenberg para criar um estilo visual comparado a Arcane e Spider-Verse. O filme conquistou críticos internacionais, com David Ehrlich da IndieWire chamando-o de “peça de pulp animada magnificamente violenta e artisticamente encenada”, enquanto a Total Film o classificou como “obrigatório para fãs”.
Como a produção secreta se tornou realidade técnica?
Trachtenberg desenvolveu Killer of Killers simultaneamente com Badlands, aproveitando o período de pré-visualização do filme live-action para escrever e dirigir a animação. A Third Floor estava expandindo suas operações para incluir animação completa, e a colaboração surgiu naturalmente durante conversas sobre novas possibilidades criativas. Wassung revelou que a ideia nasceu durante uma dessas sessões: “Não seria incrível se fizéssemos um filme animado de Predator?”
A estratégia de produção foi engenhosa. Enquanto Trachtenberg trabalhava na pré-produção de Badlands, sua equipe desenvolvia simultaneamente os três segmentos de Killer of Killers: Escandinávia em 841, Japão feudal em 1609 e Batalha do Atlântico em 1942. O filme foi animado “on the twos”, técnica que cria sensação de livro ilustrado vivo, permitindo violência estilizada impossível de replicar em live-action. Trachtenberg explicou que “os designs realmente se tornam estilizados e se movem de formas que sempre esperamos que pudessem se mover”.
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Por que cada segmento histórico funciona perfeitamente?
A genialidade de Killer of Killers está na forma como cada período histórico oferece dinâmicas de combate completamente diferentes. A invasora viking Ursa enfrenta o Predator Brute, versão mais primitiva tecnologicamente que remonta a épocas anteriores a Prey. O ninja Kenji batalha no Japão feudal contra um Predator equipado com armas sônicas e ganchos retráteis. O piloto da Segunda Guerra Mundial Torres confronta ameaças sobrenaturais que se revelam muito mais complexas.
Micho Robert Rutare, roteirista do projeto, conectou as três histórias através de temas geracionais profundos. Trachtenberg explicou que o filme explora a citação de Magnolia: “Você pode ter terminado com o passado, mas o passado não terminou com você”. Cada protagonista carrega conflitos familiares que espelham suas batalhas contra os Predators. A decisão de fazer cada personagem falar em sua língua nativa adiciona autenticidade cultural, mesmo criando barreiras linguísticas que complicam o ato final surpreendente.
Qual foi a recepção crítica que ninguém antecipou?
Killer of Killers alcançou 96% de aprovação no Rotten Tomatoes com 90 avaliações, superando praticamente todos os filmes anteriores da franquia. Roger Ebert elogiou a “fúria tremenda” da animação e os “tableaux numerosos de violência sanguinária”. Brian Orndorf da Blu-ray.com declarou ser “talvez o melhor filme Predator desde o original de 1987“, enquanto Paul McGuire Grimes destacou como Trachtenberg “continua levando a franquia a novos patamares”.
A unanimidade crítica surpreendeu até os próprios criadores. Frank Scheck do Hollywood Reporter elogiou como Rutare “conecta as coisas de maneira extremamente inteligente e satisfatória”, tornando o filme “mais que a soma de suas partes”. Meagan Navarro da Bloody Disgusting destacou como “o ato final serve como tecido conectivo entre esta antologia independente e o universo maior”. Até críticos menos entusiasmados reconheceram qualidades significativas, com Jim Vorel da Paste chamando-o de “bondade pulp de ficção científica que fãs da série provavelmente estavam desejando”.
Como o final conecta tudo e prepara o futuro?
O ato final de Killer of Killers transporta os três protagonistas para um planeta Predator, onde enfrentam o Rei Grendel em combate gladiatorial. Esta sequência revela aspectos inéditos da mitologia Yautja, mostrando hierarquias e rituais nunca explorados anteriormente. Trachtenberg conseguiu evitar o clichê de Star Wars onde todas as criaturas de uma espécie são idênticas, criando Predators únicos com personalidades e equipamentos distintos.
A conclusão inclui easter egg visual de Amber Midthunder como Naru de Prey, conectando diretamente os filmes. Aidan Kelley do Collider elogiou o segmento final como “agradavelmente surpreendente”, estabelecendo “desenvolvimentos futuros interessantes” para “uma nova era dourada da franquia Predator“. O final funciona simultaneamente como conclusão satisfatória e configuração para futuras histórias, demonstrando a visão de longo prazo de Trachtenberg para expandir o universo.
Que impacto terá na estratégia futura da franquia?
Trachtenberg revelou ter três ideias principais após Prey: Killer of Killers, Badlands e um terceiro projeto misterioso. Ele explicou à SFX Magazine que fez dois filmes simultaneamente porque estava “ansioso para chegar à terceira coisa”. Essa estratégia ambiciosa demonstra planejamento de longo prazo para revitalizar completamente a franquia Predator, algo que parecia impossível antes de Prey.
O sucesso de Killer of Killers prova que animação oferece possibilidades ilimitadas para explorar períodos históricos e conceitos impossíveis em live-action. Trachtenberg comentou que não há planos atuais para sequência, mas seria difícil imaginar futuro onde a animação não adicione novos capítulos. Existem inúmeros tipos de guerreiros para os Yautja enfrentarem e variações infinitas de construções Predator para explorar, estabelecendo Killer of Killers como início de algo potencialmente fantástico para toda a franquia.
