A crescente preocupação com a ingestão de bebidas adulteradas com Metanol no Brasil tem gerado atenção significativa das autoridades de saúde. Os casos de intoxicação por Metanol, conforme relatado pelo Ministério da Saúde, têm aumentado, destacando a urgência na implementação de medidas eficazes de tratamento e prevenção. No cenário atual, o etanol e o fomepizol são os principais antídotos utilizados, embora o último ainda não esteja amplamente disponível no país devido à falta de registro sanitário.
O etanol desempenha um papel fundamental no tratamento de envenenamentos por Metanol, funcionando como um competidor na metabolização hepática. Ele age retardando a formação de metabólitos tóxicos, particularmente o ácido fórmico, que é responsável por sintomas graves como a cegueira. O médico cardiointensivista Werlley Januzzi esclarece que o etanol, ao “ocupar” a enzima álcool desidrogenase, oferece uma janela de tempo crucial para o tratamento adequado do paciente.
Quais são os desafios e soluções para o uso de antídotos no Brasil?
A introdução do fomepizol como alternativa no tratamento de intoxicações é vista como uma prioridade devido à sua eficácia previsível e menor incidência de efeitos colaterais. Este antídoto age bloqueando diretamente a enzima responsável pela conversão do Metanol em ácido fórmico, proporcionando um tratamento considerado mais seguro e eficiente. Contudo, a ausência de registro no Brasil exige a aquisição internacional, um processo iniciado pela Anvisa através de chamamento para a importação do medicamento.

O infectologista Igor Marinho da Rede de Hospitais São Camilo explica que, embora ambos os tratamentos sejam eficazes, o contexto de disponibilidade e recursos influencia a escolha entre etanol e fomepizol. Nos cenários onde apenas o etanol está disponível, seu uso requer monitoramento rigoroso, adaptando o tratamento conforme o quadro clínico do paciente. A eficiência dos antídotos se mantém, mas a facilidade de manejo do fomepizol lhe confere vantagens em termos de segurança e simplicidade.
Como o sistema de saúde está lidando com a falta de fomepizol?
A falta de fomepizol no mercado brasileiro suscita desafios consideráveis para o sistema de saúde. A Anvisa tem tomado medidas proativas para ampliar o acesso ao antídoto, buscando alternativas internacionais. A preferência por fomepizol é justificada por seu perfil de segurança superior e eficácia na proteção contra efeitos tóxicos, favorecendo um tratamento mais manejável para a equipe médica e menos impacto negativo nos pacientes.
- Etanol: Requer monitoramento contínuo dos níveis no sangue, com possíveis efeitos colaterais como sedação e hipoglicemia.
- Fomepizol: Antídoto mais seguro com efeitos adversos leves, como dores de cabeça e náuseas, quando comparado ao etanol.
Qual é a importância da conscientização pública sobre o Metanol?
A conscientização pública sobre os riscos associados ao consumo de bebidas adulteradas com Metanol é essencial para a prevenção de novos casos de intoxicação. Informações claras e educativas sobre os sinais de intoxicação e a importância de buscar atendimento médico imediato podem salvar vidas. Além disso, reforçar a fiscalização e controle sobre a produção e comercialização de bebidas alcoólicas é vital para mitigar a adulteração com substâncias tóxicas.
Em resumo, a resposta eficaz à problemática do Metanol no Brasil depende da integração de medidas preventivas, acesso a tratamentos seguros como o fomepizol e a educação contínua da população sobre os perigos de bebidas adulteradas. À medida que o país adapta suas estratégias de saúde, a esperança é minimizar casos de envenenamento e proteger a saúde pública de maneira mais abrangente e eficaz.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271








