O café está tão presente na rotina que, em muitos casos, se torna quase um relógio natural: há quem organize o dia em torno das xícaras. Ao mesmo tempo, cresce a dúvida sobre até que ponto esse hábito é considerado seguro para o organismo, sobretudo em 2025, com tantas variações de bebidas à base de café disponíveis no mercado e diferentes concentrações de cafeína.
Quantos cafés por dia fazem parte de um consumo considerado seguro
A palavra-chave em qualquer orientação sobre quantos cafés por dia é moderação. Diretrizes internacionais indicam que, para adultos saudáveis, o consumo diário de até cerca de 400 miligramas de cafeína tende a ser bem tolerado, o que equivale, em média, a três ou quatro xícaras padrão de café coado ou expresso (EFSA, 2015).
Esse limite se baseia em estudos que avaliam efeitos da cafeína sobre o sistema nervoso central, o coração e o sono. Em doses moderadas, a cafeína está associada a maior estado de alerta e, em alguns estudos, a menor risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e certas enfermidades neurodegenerativas (DING, 2014).
Para aprofundar no tema e trazer para o dia a dia, trouxemos o vídeo do nutricionista Guilherme Chateaubriand, publicado em seu perfil @chateaunutri:
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Como a forma de preparo e o tipo de café influenciam o consumo diário
Não existe um número único e rígido de xícaras válido para todas as pessoas, porque a concentração de cafeína muda com o tipo de grão, o método de preparo e o tempo de extração. Um café expresso curto, por exemplo, pode concentrar mais cafeína do que uma xícara de café coado mais fraco.
Assim, o que se considera “três ou quatro cafés por dia” pode variar bastante na prática, especialmente com bebidas como capsuladas, cold brew ou cafés filtrados mais intensos. Entender a diferença entre esses métodos ajuda a ajustar o consumo real de cafeína ao longo do dia.
Quem deve reduzir a quantidade de café consumida diariamente
Embora o limite de 400 miligramas de cafeína ao dia seja referência para adultos saudáveis, alguns grupos exigem atenção especial. Gestantes e pessoas em amamentação costumam receber recomendações mais restritivas, muitas vezes não ultrapassando 200 miligramas diários, o que pode significar uma ou duas xícaras de café, conforme a concentração.
Indivíduos com hipertensão arterial, arritmias, histórico de problemas cardíacos, transtornos de ansiedade ou insônia devem monitorar com cuidado quantos cafés por dia entram na rotina. Nesses casos, mesmo quantidades consideradas moderadas podem desencadear taquicardia, inquietação ou piora do sono.
- Pessoas com sensibilidade aumentada à cafeína podem apresentar desconforto com apenas uma xícara.
- Idosos podem metabolizar a substância de forma diferente, exigindo quantidades menores.
- Adolescentes e crianças, quando consomem café, costumam receber orientações ainda mais conservadoras.
Nesses grupos, a avaliação médica ou nutricional ajuda a definir um volume mais adequado de café por dia, considerando também outras fontes de cafeína, como chás pretos, refrigerantes tipo cola, bebidas energéticas e alguns suplementos.
Como ajustar o hábito de café sem prejudicar a saúde
Para manter o café na rotina sem ultrapassar limites seguros, é importante observar o total diário de cafeína, somando todas as xícaras e a concentração de cada uma. Evitar grandes quantidades de café perto do horário de dormir também é essencial, pois a cafeína pode permanecer ativa no organismo por várias horas.
- Reduzir gradualmente: em vez de cortar o café de uma vez, pode-se diminuir o número de xícaras por semana.
- Alternar com versões descafeinadas: intercalar um café comum com um descafeinado reduz a carga total de cafeína.
- Ajustar o tamanho da xícara: optar por porções menores permite mais momentos de consumo com menor impacto.
- Observar sinais do corpo: palpitações, tremores ou mudanças no sono podem indicar excesso, mesmo com poucas xícaras.
Também é relevante considerar o que acompanha o café. Adoçantes, açúcar em grandes quantidades, xaropes aromatizados e cremes ricos em gordura podem transformar uma simples xícara em uma bebida de alto valor calórico, como em lattes, mochas ou frappés consumidos em cafeterias.
Quando é importante procurar orientação profissional sobre o consumo de café
Em situações de desconforto recorrente após o consumo, é fundamental atenção redobrada. Sintomas como dor no peito, aumento significativo da pressão arterial, crises de ansiedade, tremores persistentes ou insônia frequente após tomar café são sinais de alerta que sugerem reduzir a ingestão imediatamente.
Profissionais de saúde, como médicos e nutricionistas, conseguem analisar o contexto completo: quantos cafés por dia são ingeridos, quais outras fontes de cafeína estão presentes, quais medicamentos estão em uso e o histórico de saúde da pessoa. Assim, é possível ajustar o consumo, definir limites personalizados e, quando necessário, indicar alternativas com menor teor de cafeína ou sem estimulantes.
Referências bibliográficas
- EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the safety of caffeine. EFSA Journal, v. 13, n. 5, p. 4102, 2015.
- Ding, M., Bhupathiraju, S. N., Chen, M., van Dam, R. M., & Hu, F. B. (2014). Caffeinated and decaffeinated coffee consumption and risk of type 2 diabetes: a systematic review and a dose-response meta-analysis. Diabetes care, 37(2), 569–586. https://doi.org/10.2337/dc13-1203
