O magnésio é um dos minerais mais importantes para a saúde, participando como cofator em mais de 300 reações enzimáticas que regulam desde a função muscular até o humor. É crucial e inegociável afirmar desde o início: os sintomas listados a seguir são inespecíficos e podem ser causados por dezenas de outras condições médicas. Este artigo é puramente informativo e não deve, em hipótese alguma, ser usado para autodiagnóstico. A consulta com um médico é indispensável.
A deficiência de magnésio é surpreendentemente comum, e seus sinais podem ser sutis e facilmente confundidos com o estresse do dia a dia. Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em ciência, a conexão entre as funções do magnésio e alguns sintomas comuns que podem indicar uma ingestão inadequada.
Por que o magnésio é tão crucial para a função muscular e nervosa?

O magnésio atua como um “regulador mestre” para o sistema neuromuscular. Ele funciona como um bloqueador natural dos canais de cálcio, agindo como um contraponto a este mineral. Enquanto o cálcio estimula a contração muscular e a excitabilidade dos nervos, o magnésio promove o relaxamento. Um desequilíbrio, com pouco magnésio, pode deixar o sistema em um estado de hiperexcitabilidade, que está na raiz de muitos dos sintomas de sua deficiência.
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Quais são os 7 sinais que podem estar associados a uma ingestão inadequada de magnésio?
Os sinais de uma potencial deficiência de magnésio refletem o seu papel central na regulação muscular, nervosa e na produção de energia.
Cãibras e espasmos musculares
Este é o sinal mais clássico. A falta do efeito relaxante do magnésio pode levar a contrações musculares involuntárias, como cãibras nas pernas, espasmos nas costas ou o tremor da pálpebra.
Fadiga e fraqueza
O magnésio é indispensável para a produção de ATP, a principal molécula de energia do corpo. Uma deficiência pode comprometer o metabolismo energético, resultando em uma sensação de cansaço e fraqueza que não melhora com o descanso.
Ansiedade e nervosismo
Ao regular neurotransmissores calmantes como o GABA e o eixo de resposta ao estresse do corpo, o magnésio ajuda a manter o sistema nervoso equilibrado. Sua falta pode contribuir para sentimentos de ansiedade, nervosismo e agitação.
Dificuldades para dormir (insônia)
Pelo mesmo mecanismo de regulação do sistema nervoso, o magnésio ajuda a “desligar” a mente para o sono. A dificuldade em adormecer ou um sono agitado podem estar ligados a níveis inadequados do mineral.
Pressão arterial elevada
O magnésio ajuda a relaxar os vasos sanguíneos. Conforme aponta a Harvard T.H. Chan School of Public Health, uma ingestão adequada de magnésio é um componente importante de uma dieta para a saúde do coração e o controle da pressão arterial.
Batimentos cardíacos irregulares (arritmias)
O equilíbrio entre o magnésio e o cálcio é vital para a manutenção de um ritmo cardíaco saudável. Palpitações ou a sensação de “coração pulando” podem ser um sinal de que esse equilíbrio está comprometido.
Dores de cabeça e enxaquecas
A deficiência de magnésio tem sido associada a um maior risco de dores de cabeça tensionais e enxaquecas, possivelmente devido à sua função na regulação dos neurotransmissores e no relaxamento dos vasos sanguíneos.
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Por que a deficiência de magnésio é tão comum?
O esgotamento do solo, o processamento de alimentos (que remove o magnésio) e o consumo de uma dieta pobre em vegetais, sementes e grãos integrais contribuem para uma ingestão inadequada. Além disso, o estresse crônico e o consumo de álcool podem aumentar a excreção de magnésio pelo corpo, aumentando ainda mais o risco de deficiência.
Apenas os sintomas são suficientes para um diagnóstico?
A resposta é um enfático e inequívoco NÃO. Como mencionado, todos esses sintomas são inespecíficos. A fadiga pode ser causada por anemia, a ansiedade por um transtorno psiquiátrico e as cãibras por desidratação. Atribuir esses sintomas a uma deficiência de magnésio sem uma investigação adequada pode atrasar o diagnóstico de uma condição mais séria.
Qual a forma mais segura de garantir níveis adequados de magnésio?
A abordagem “comida em primeiro lugar” é sempre a mais segura. Incluir alimentos ricos em magnésio na dieta, como folhas verdes escuras, sementes de abóbora, amêndoas, feijão preto e abacate, é a melhor estratégia.
A suplementação por conta própria é perigosa, especialmente para pessoas com doença renal, e pode causar efeitos colaterais e interagir com medicamentos. A única maneira segura de proceder é através da consulta com um médico, que pode solicitar exames se necessário e investigar a real causa dos seus sintomas. Com base nisso, um nutricionista pode orientar um plano alimentar ou uma suplementação segura e eficaz.









