O cérebro é um órgão faminto por nutrientes específicos, e a deficiência de vitaminas é uma causa comum de mau humor e lentidão cognitiva. Reconhecer os sinais sutis de que a nutrição neural está falhando é essencial para manter o foco e a clareza mental no dia a dia.
Por que a falta de B12 é crítica para a memória?
A Vitamina B12 é indispensável para a manutenção da bainha de mielina, a camada protetora que reveste os nervos. Sem ela, a comunicação entre os neurônios fica lenta e ineficiente, afetando diretamente a memória e o raciocínio.
Sua deficiência é comum em adultos, pois a absorção depende do ácido estomacal (NIH), que diminui com a idade.

Como a B6 afeta diretamente o humor e o foco?
A Vitamina B6 (piridoxina) é um cofator essencial para a síntese de neurotransmissores como a serotonina (humor) e o GABA (calmante). Uma ingestão inadequada ou má absorção compromete diretamente o equilíbrio químico cerebral.
Isso se manifesta como irritabilidade, mudanças bruscas de humor e maior vulnerabilidade à ansiedade. A deficiência compromete a capacidade do cérebro de manter o equilíbrio emocional.
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A deficiência de Vitamina D causa névoa mental?
Sim. Receptores de Vitamina D são encontrados em áreas do cérebro ligadas à regulação do humor e à função mitocondrial (energia). Níveis baixos são consistentemente ligados à fadiga.
Estudos de Harvard confirmam essa correlação. Fique atento a estes sinais que indicam a falta de nutrientes chave no cérebro:
- Fadiga crônica e cansaço que o sono não resolve.
- Alterações de humor (irritabilidade, apatia).
- Dificuldade de concentração e “névoa mental” (brain fog).
- Formigamento leve nas extremidades (B12 e Magnésio).
No vídeo a seguir, o Neurocirurgião Dr. Julio Pereira fala um pouco sobre a falta de Vitamina D:
Que sinais físicos indicam problemas neurológicos?
Sinais físicos como neuropatia periférica (formigamento nas mãos e pés) são alertas claros de que a B12 está criticamente baixa. A deficiência de magnésio (aliado da B6) também pode causar tremores ou espasmos musculares.
A saúde do sistema nervoso depende da ingestão constante desses nutrientes. Ignorar esses sintomas pode levar a danos neurológicos permanentes.
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Quais são as melhores fontes alimentares e formas de consumo?
A chave é a biodisponibilidade. Para B12, a melhor fonte são produtos animais (carnes, ovos). Para Vitamina D, o sol é o melhor, ou peixes gordos.
Para garantir a ingestão correta de B12, B6 e Vitamina D, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma dieta variada, priorizando:
- Fontes B12: Carnes, ovos, peixes e laticínios.
- Vitamina D: Exposição solar diária (15 min) e peixes gordos.
- Vitamina B6/Folato: Banana, grão-de-bico, folhas escuras.
- Melhore a absorção: Consulte um médico se usar antiácidos, pois podem exigir suplementação sublingual de B12.
Por que seus exames podem estar “normais” mesmo com sintomas?
Muitas pessoas sofrem com fadiga e falhas de memória, fazem um exame de sangue e ouvem que “está tudo dentro da referência”. O problema é que existe uma grande diferença entre um nível que evita a morte (sobrevivência) e um nível que garante a saúde plena do cérebro.
No caso da Vitamina B12, por exemplo, o intervalo considerado “normal” pelos laboratórios é extremamente amplo (geralmente entre 200 e 900 pg/mL). No entanto, estudos recentes apontam que sintomas neurológicos sutis, como a “névoa mental” e o esquecimento, já podem começar a aparecer quando os níveis estão abaixo de 500 pg/mL.
Estar na parte baixa da tabela significa apenas que você não tem uma anemia grave, mas não garante que seu sistema nervoso tenha o combustível necessário para funcionar no auge. Por isso, ao avaliar sua saúde mental, considere os sintomas clínicos tão importantes quanto os números no papel.









