Nossos ossos são a estrutura que nos sustenta, mas raramente pensamos na saúde deles até que seja tarde demais. A osteoporose é uma doença silenciosa que enfraquece nosso esqueleto por dentro, tornando os ossos frágeis e suscetíveis a fraturas. Muitas vezes, ela só é descoberta após uma queda ou um trauma, quando o dano já está feito.
A boa notícia é que a osteoporose é, em grande parte, uma doença prevenível. Cuidar da saúde óssea não é uma preocupação apenas para os idosos; é um projeto para a vida inteira. Os hábitos que você constrói na juventude e mantém na vida adulta são o que garantirão um esqueleto forte e resiliente no futuro, permitindo uma vida com mais mobilidade, independência e segurança.
Osteoporose: por que essa doença silenciosa é tão perigosa?

A palavra osteoporose significa “osso poroso”. É exatamente isso que a doença faz: ela diminui a massa e a qualidade do osso, fazendo com que sua estrutura interna, que se parece com uma colmeia, fique cheia de espaços vazios. Isso torna o osso frágil e quebradiço, sem que a pessoa sinta qualquer dor ou sintoma.
O verdadeiro perigo da osteoporose não é a doença em si, mas as fraturas por fragilidade que ela causa. Uma simples queda, um abraço mais apertado ou até mesmo uma crise de tosse podem ser suficientes para quebrar um osso. As fraturas de quadril, coluna e punho são as mais comuns e podem levar a dor crônica, perda de independência e a uma queda drástica na qualidade de vida.
Por que a saúde dos seus ossos na velhice é decidida na sua juventude?
Pense na sua massa óssea como uma “caderneta de poupança”. Durante a infância, adolescência e início da vida adulta (até por volta dos 30 anos), você está constantemente depositando osso, construindo seu “pico de massa óssea”. Quanto maior for esse pico, mais “capital ósseo” você terá para gastar ao longo da vida.
A partir dos 30 anos, o processo se inverte lentamente, e passamos a perder mais osso do que formamos. Portanto, a prevenção da osteoporose começa na juventude. Investir em uma dieta rica em cálcio e em atividade física desde cedo é a melhor garantia de que você chegará à terceira idade com uma “poupança óssea” robusta.
Mulheres, fumantes, sedentários: quem está mais em risco de desenvolver osteoporose?
Embora a osteoporose possa afetar qualquer pessoa, alguns grupos e fatores de risco aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver a doença. Conhecer esses fatores é importante para que você e seu médico possam traçar a melhor estratégia de prevenção.
Alguns fatores não podem ser mudados, mas muitos outros estão ligados diretamente ao nosso estilo de vida e podem ser controlados.
Principais fatores de risco
- Fatores de risco não modificáveis
- Sexo: Mulheres são muito mais suscetíveis, especialmente após a menopausa, devido à queda do estrogênio, um hormônio protetor dos ossos.
- Idade: O risco aumenta progressivamente com o envelhecimento.
- Genética: Ter um histórico familiar de osteoporose ou fratura de quadril aumenta seu risco.
- Etnia: Pessoas de etnia branca e asiática têm maior predisposição.
- Fatores de risco modificáveis
- Baixo consumo de cálcio e vitamina D.
- Sedentarismo: A falta de exercícios de impacto enfraquece os ossos.
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool.
- Baixo peso corporal: Pessoas muito magras tendem a ter uma menor reserva óssea.
Cálcio e Vitamina D: qual o papel da “dupla dinâmica” na construção de ossos fortes?
Quando se fala em ossos fortes, o cálcio é o primeiro nutriente que vem à mente, e com razão. Ele é o principal “tijolo” que compõe a estrutura do nosso esqueleto. No entanto, o cálcio não trabalha sozinho. Ele precisa de um parceiro essencial: a Vitamina D.
A Vitamina D funciona como a “chave” que permite que o cálcio que você consome seja absorvido pelo intestino e efetivamente incorporado aos ossos. Sem Vitamina D suficiente, de nada adianta consumir grandes quantidades de cálcio. As principais fontes de cálcio são laticínios, vegetais verde-escuros e sardinha. Já a Vitamina D é obtida principalmente através da exposição solar segura e, quando necessário, por suplementação.
Por que exercícios de impacto, como a caminhada, são “remédios” para os seus ossos?
Os ossos são tecidos vivos que se fortalecem quando são submetidos a estresse e impacto. A atividade física, especialmente os exercícios de impacto, funciona como um sinal para o corpo, dizendo: “Preciso ser mais forte aqui!”. Isso estimula as células formadoras de osso (osteoblastos) a trabalharem mais, aumentando a densidade e a resistência do esqueleto.
Atividades como caminhada, corrida, dança e pular corda são excelentes para isso. Além delas, o treinamento de força (musculação, pilates) também é fundamental, pois a tração que os músculos exercem sobre os ossos durante o exercício também estimula o seu fortalecimento.
Como saber se você tem osteoporose e quando o acompanhamento médico é crucial?
Como a osteoporose é uma doença silenciosa, a única forma de diagnosticá-la antes que ocorra uma fratura é através de um exame chamado densitometria óssea. Trata-se de um exame de imagem rápido e indolor que mede a densidade mineral dos seus ossos, geralmente no quadril e na coluna.
A recomendação geral é que o exame seja feito por todas as mulheres a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70. No entanto, seu médico (clínico geral, ginecologista ou endocrinologista) pode pedi-lo mais cedo, caso você seja mulher na pós-menopausa ou apresente múltiplos fatores de risco. O acompanhamento médico é crucial para avaliar seu risco, solicitar o exame na hora certa e, se necessário, indicar o tratamento, que pode incluir medicamentos para fortalecer os ossos.










