Frequentemente lembrada apenas nas festas de fim de ano, a lentilha (Lens culinaris) é uma das leguminosas mais nutritivas e acessíveis do planeta. Com um perfil nutricional que rivaliza com a carne vermelha em termos de proteínas e ferro, este pequeno grão é um pilar de dietas saudáveis, oferecendo benefícios robustos que vão desde o controle do açúcar no sangue até a prevenção de malformações fetais.
Por que ela é chamada de “carne vegetal”?
A lentilha é uma potência de proteína. Uma xícara de lentilhas cozidas fornece cerca de 18 gramas de proteína, tornando-a uma excelente alternativa para vegetarianos ou para quem deseja reduzir o consumo de gorduras saturadas da carne. Quando combinada com um cereal integral (como arroz), ela oferece todos os aminoácidos essenciais que o corpo precisa.
Além disso, a Harvard T.H. Chan School of Public Health destaca que, diferente da carne, a lentilha vem “embalada” com fibras e quase nenhuma gordura. Para maximizar a absorção do seu ferro (que é do tipo não-heme), a dica de ouro é consumi-la sempre com uma fonte de Vitamina C, como um molho de limão ou uma laranja de sobremesa.

O grão ajuda a controlar o diabetes e o coração?
Sim, e o segredo está nas fibras solúveis e no magnésio. A lentilha tem um baixo índice glicêmico e suas fibras formam um gel no intestino que retarda a absorção de glicose, evitando picos de insulina perigosos. Isso a torna um superalimento para a gestão do diabetes tipo 2.
Para o coração, os benefícios são duplos: o folato e o magnésio ajudam a relaxar as artérias, melhorando o fluxo sanguíneo, enquanto as fibras atuam reduzindo o colesterol LDL. Estudos citados pela Cleveland Clinic sugerem que o consumo regular de leguminosas pode reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas coronárias.
No vídeo a seguir, o canal com mais de 100 mil inscritos, Mundo Agro, explica os benefícios da lentilha:
É verdade que previne problemas na gravidez?
A lentilha é, talvez, a melhor fonte natural de folato (Vitamina B9) que uma gestante pode consumir. Uma única xícara supre quase 90% da necessidade diária desse nutriente crítico. O folato é indispensável nas primeiras semanas de gestação para prevenir defeitos no tubo neural do bebê, como a espinha bífida.
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) reforça que, além da suplementação, uma dieta rica em folato é vital para a formação de novas células e DNA. Consumir lentilhas antes e durante a gravidez é uma estratégia deliciosa e segura para blindar a saúde do feto.
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Como ela combate a fadiga e a anemia?
Se você se sente constantemente cansado, pode ser falta de ferro. A lentilha é uma fonte excepcional desse mineral, essencial para a produção de hemoglobina, que transporta oxigênio para todas as células. Repor os estoques de ferro é fundamental para recuperar a energia e a disposição física.
Além do ferro, ela é rica em carboidratos complexos de digestão lenta. Isso significa que, ao contrário do açúcar que dá um pico de energia seguido de uma queda brusca, a lentilha fornece combustível estável e duradouro para o cérebro e músculos, evitando a letargia do meio da tarde.
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Quem deve consumir com cautela?
Apesar de saudável, a lentilha contém antinutrientes como fitatos e lectinas, que podem dificultar a absorção de minerais e causar gases. A solução é simples: deixar os grãos de molho por pelo menos 8 a 12 horas antes de cozinhar e descartar a água. Isso neutraliza grande parte desses compostos.
Sobre o ácido úrico, há um debate. Embora contenha purinas, estudos recentes indicam que as purinas vegetais não aumentam o risco de gota da mesma forma que as carnes. No entanto, a Arthritis Foundation sugere que pacientes com crises ativas de gota devem moderar o consumo e observar a tolerância individual.








