É uma das sensações mais frustrantes: você se deita em um horário decente, dorme as sete ou oito horas recomendadas, mas o despertador toca e a sensação é de que a energia não foi recarregada. A fadiga e a moleza se instalam antes mesmo de o dia começar.
Embora a qualidade do sono (e não apenas a quantidade) seja um fator crucial, muitas vezes a resposta para esse cansaço persistente não está no travesseiro, mas sim no seu prato. Deficiências de certos nutrientes podem sabotar sua produção de energia a nível celular.
Este artigo explora as principais carências nutricionais que podem estar por trás da sua fadiga e como a alimentação pode ajudar, sempre reforçando a importância fundamental de um diagnóstico profissional para qualquer sintoma persistente.
Por que a comida é tão crucial para a nossa energia?
A comida não nos fornece apenas calorias, que são o combustível bruto para o corpo. Ela também nos entrega os micronutrientes – vitaminas e minerais – que funcionam como as “velas de ignição” e as “engrenagens” do nosso motor metabólico.
Sem essas peças essenciais, os complexos processos de produção de energia dentro das nossas células se tornam lentos e ineficientes. O resultado é uma sensação de cansaço e esgotamento, mesmo que seu corpo tenha “descansado” durante a noite.

5 nutrientes essenciais que podem estar em falta
Se você se sente constantemente cansado, vale a pena investigar se algum destes nutrientes está em falta no seu organismo, sempre através de exames e com orientação profissional.
- Ferro:
- O que faz: É um componente vital da hemoglobina, a proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio dos pulmões para todo o corpo, incluindo músculos e cérebro.
- Sinais da falta: Fadiga extrema, fraqueza, palidez, falta de ar e tonturas. A deficiência severa causa a anemia ferropriva.
- Boas fontes: Carne vermelha magra, fígado, feijões, lentilhas e vegetais verde-escuros como o espinafre (consumidos com uma fonte de vitamina C, como limão ou laranja, para otimizar a absorção).
- Vitamina B12:
- O que faz: É crucial para a formação de glóbulos vermelhos saudáveis e para o metabolismo energético celular. Também é vital para a saúde do sistema nervoso.
- Sinais da falta: Cansaço profundo, fraqueza, formigamento nas mãos e pés e problemas de memória.
- Boas fontes: Encontrada quase exclusivamente em produtos de origem animal, como carnes, peixes, ovos e laticínios. Vegetarianos e veganos têm alto risco de deficiência e necessitam de suplementação orientada.
- Magnésio:
- O que faz: Este mineral participa em mais de 300 reações enzimáticas no corpo, incluindo a conversão de glicose em ATP, a principal molécula de energia das nossas células.
- Sinais da falta: Fadiga, cãibras musculares, fraqueza, insônia e irritabilidade.
- Boas fontes: Sementes de abóbora, amêndoas, castanha-do-pará, espinafre, feijão preto e chocolate amargo.
- Vitamina D:
- O que faz: Embora seja mais conhecida pela saúde dos ossos, receptores de vitamina D são encontrados em quase todas as células do corpo, e baixos níveis estão fortemente associados à fadiga e dores musculares.
- Sinais da falta: Cansaço, dores musculares e ósseas difusas, fraqueza e alterações de humor.
- Boas fontes: A principal fonte é a exposição solar segura. As fontes alimentares são limitadas, mas incluem peixes gordos (salmão, cavala), gema de ovo e alimentos fortificados.
- Água (Hidratação):
- O que faz: Não é um nutriente, mas é vital. Todas as reações metabólicas dependem de um ambiente hidratado. A desidratação, mesmo que leve, diminui o volume sanguíneo, forçando o coração a trabalhar mais para levar oxigênio às células, o que causa um enorme cansaço.
- Sinais da falta: Fadiga, dor de cabeça, dificuldade de concentração, tontura e urina escura.
Além dos nutrientes: outras possíveis causas
É importante lembrar que a fadiga é um sintoma complexo. Uma dieta pobre em nutrientes geralmente vem acompanhada de outros hábitos que roubam nossa energia, como o alto consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados, que causam picos e quedas de glicose.
Além disso, a qualidade do seu sono pode ser ruim, mesmo que a quantidade de horas na cama seja suficiente. Condições como a apneia do sono ou o bruxismo interrompem os ciclos de sono profundo sem que a pessoa se dê conta, resultando em um despertar cansado.

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O passo mais importante: não se autodiagnostique
Fadiga persistente e inexplicável não é normal e deve ser investigada por um profissional de saúde. Este é o ponto mais crucial.
Tentar adivinhar qual nutriente está em falta e iniciar uma suplementação por conta própria pode ser ineficaz e até mesmo perigoso. O excesso de alguns nutrientes, como o ferro, por exemplo, é tóxico para o corpo e pode causar danos ao fígado.
O único caminho seguro e eficaz é consultar um médico. Ele poderá fazer uma avaliação clínica completa, ouvir seu histórico e solicitar exames de sangue para verificar seus níveis de vitaminas e minerais, além de investigar outras possíveis causas para o cansaço.
Com um diagnóstico preciso em mãos, um nutricionista poderá criar um plano alimentar focado em corrigir a deficiência específica de forma segura, seja através de alimentos ou de uma suplementação corretamente dosada.
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Decifrando o cansaço: o que seu corpo está pedindo
Acordar cansado com frequência é um sinal de alerta importante de que algo em seu corpo não está em equilíbrio. Antes de culpar o colchão ou a rotina corrida, vale a pena olhar com atenção para o seu prato.
Uma dieta variada, colorida e rica em alimentos naturais é a fundação para uma energia vibrante. Mas se a fadiga persistir, a atitude mais importante que você pode tomar é ouvir esse sinal, respeitar seu corpo e procurar a orientação de um médico.








