A Obesidade é considerada uma epidemia global, conforme classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2022, cerca de 43% da população adulta mundial estava acima do peso, dos quais 16% já enfrentavam a condição de Obesidade. No Brasil, esse problema de saúde pública também tem-se agravado, impulsionado por mudanças nos estilos de vida e hábitos alimentares. Atualmente, questões genéticas, como a presença do chamado “gene da Obesidade” – identificado como FTO (Fat Mass and Obesity-Associated) – têm despertado atenção devido à sua associação com o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) e ao maior risco de Obesidade.
O gene FTO foi descoberto em 2007 através de pesquisas na área da genômica. Variantes desse gene têm sido relacionadas a predisposições genéticas que podem influenciar o ganho de peso. No entanto, é importante destacar que, de acordo com o Dr. Ricardo Di Lazzaro, médico geneticista, a influência do DNA no ganho de peso é significativa, mas não determinante. O especialista explica que uma série de escolhas de vida saudáveis pode mitigar significativamente a predisposição genética, tornando possível a manutenção de um peso corporal saudável.
Qual é o papel do gene FTO na Obesidade?
Estudos indicam que pessoas portadoras de determinadas variantes do gene FTO possuem até 50% mais chance de desenvolver Obesidade. Em geral, essas pessoas apresentam, em média, 3 kg a mais de peso corporal comparadas aos que não possuem essas variantes genéticas. No entanto, a Obesidade é uma condição multifatorial, na qual fatores como a alimentação inadequada, o sedentarismo, condições emocionais e contextos sociais desempenham papéis cruciais.

Como os hábitos podem influenciar o peso corporal?
A influência genética das variantes do gene FTO não é homogênea entre todos os grupos populacionais. Populações como as asiáticas e polinésias, por exemplo, não apresentam uma forte associação entre o gene FTO e o ganho de peso, evidenciando a importância do ambiente e dos hábitos culturais. Estudos têm demonstrado que hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, aliados ao acompanhamento profissional, podem reduzir consideravelmente os impactos genéticos ligados à Obesidade.
Quais estratégias podem ajudar a lidar com a Obesidade?
A descoberta do gene FTO trouxe um novo entendimento sobre a complexidade da Obesidade, que vai além da genética. A abordagem deve ser abrangente, considerando tanto a genética quanto os fatores ambientais. Estrategicamente, práticas alimentares saudáveis e estilo de vida ativo são defendidas por especialistas como fundamentais para enfrentar a Obesidade. Além disso, o envolvimento em programas de saúde pública e campanhas educativas pode também auxiliar na redução dos índices da doença ao promover escolhas informadas e conscientes.
Entender a relação entre a genética, o ambiente e os hábitos de vida é essencial para enfrentar a Obesidade com estratégias modernas e baseadas em evidências. O DNA não deve ser visto como uma sentença definitiva, mas como um indicador que, quando combinado a mudanças no estilo de vida, pode resultar em melhorias significativas na saúde.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









