Grávida esfaqueada pelo ex segue intubada após cirurgia para retirar feto

Cleudiane dos Santos foi atacada pelo ex-companheiro, Fernando Ferreira Soares, no domingo (9/8). Ele fugiu após o crime e é procurado pela Polícia Civil

Sarah Peres
Darcianne Diogo
postado em 11/08/2020 20:01 / atualizado em 13/08/2020 18:13
 (crédito: Divulgação/PCDF)
(crédito: Divulgação/PCDF)

Vítima de tentativa de feminicídio, Cleudiane dos Santos, 27 anos, está internada em estado gravíssimo no Hospital de Base. A mulher foi esfaqueada 22 vezes pelo ex-companheiro, Fernando Ferreira Soares, 32. Duas das facadas atingiram o abdômen da jovem, que estava grávida de quatro meses do acusado. Ela passou por cirurgia de urgência para a retirada do natimorto, e segue medicada. O caso ocorreu na noite de domingo (9/8), na QND 37, em Taguatinga. 

Fernando e Cleudiane se relacionaram por cerca de nove meses, e chegaram a morar juntos. Contudo, há três meses, a vítima decidiu colocar fim ao relacionamento. "Ele era muito ciumento e, em uma briga, chegou a morder o rosto da mulher. Ela deixou o local e voltou a residir com a mãe, no entanto, não registrou ocorrência de violência doméstica", relata o delegado Mauro Aguiar, chefe da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte).

Mesmo depois da separação, Fernando continuou perseguindo a vítima. Mudou-se para uma casa na rua de Cleudiane, e tentou uma aproximação. "Ele seguia a mulher pelos locais, ficava de olho em tudo o que ela fazia. Foi o que ocorreu no domingo, quando ela seguiu para um churrasco com a família, e o suspeito estava no local", acrescenta o investigador. 

No local, Fernando ficou com ciúmes do dono do churrasco, um senhor de 70 anos. Ele teria pegado a arma do crime na residência. "O agressor chamou a vítima para irem até a casa dele, para pegar R$ 50. Cleudiane foi e, no caminho, houve a discussão. O acusado a atacou por trás, derrubando-a no chão. Ele deu 15 facadas nos braços e costas da vítima, mas foram ferimentos mais superficiais", explica. 

"Com a vítima ainda ao chão, ele a virou. Então, deu duas facadas profundas no abdômen dela, o que provocou o aborto. Os ferimentos indicam que a mulher não teve chance de defesa no momento do ataque, pois não há lesões que indiquem luta corporal", acrescenta Mauro Aguiar. 

A vítima foi socorrida em estado gravíssimo ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), e precisou ser transferida para o Base, onde passou por procedimento cirúrgico. Ela está intubada e, por isso, nem a família ou os investigadores conseguiram falar com Cleudiane. 

Histórico de violência

Fernando Ferreira estava em regime domiciliar e tinha passagem por estupro de incapaz, em 2012, e tráfico de drogas, delito cometido em 2018. A mãe da vítima relata, em condição de anonimato, momentos de violência vividos por Cleudiane antes do esfaqueamento: "Ela ia vir aqui em casa, mas esse homem não permitiu. Trancou-a em casa e só soltou à noite. Nesse meio tempo, chegou a agredir minha filha, com uma mordida no rosto. Ela decidiu terminar tudo, mas não procurou a polícia".

Agora, a família aguarda pela evolução do quadro de saúde da vítima, que tem uma filha de 2 anos, fruto de relacionamento anterior. "Não consigo acreditar que isso aconteceu. Quando vi as imagens, meu coração parou. Tudo o que queremos é que ela fique bem, e que a Justiça seja feita. Ele precisa pagar pelo o que fez", diz a irmã de Cleudiane, que pediu para não ser identificada. 

O caso está solucionado pela 17ª DP, pois está elucidada a autoria do crime, assim como a motivação: sentimento de posse. O suspeito fugiu do local do crime a pé e, até a mais recente atualização desta matéria, não tinha sido capturado. Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro do acusado pode denunciar anonimamente pelo 197.

Segundo o delegado Mauro Aguiar, o homem responderá por tentativa de homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Ele também será autuado pelo aborto do bebê. 

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» Polícia Militar — 190
» Ministério dos Direitos Humanos — Disque 100
» Polícia Civil — 197 ou opção 3 ou 61 98626-1197 (WhatsApp)
» Delegacia Online — https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher
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Telefone: 3207-6172
Ceilândia: Prédio da 15ª Delegacia de Polícia — QNM 2, Área Especial, Conjunto G/H - Centro
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Ceilândia: QNM 2, Conjunto F, Lote 1/3 – Ceilândia Centro
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Planaltina: Jardim Roriz, Área Especial, Entrequadras 1 e 2 – Centro
Telefone: 3389-8189 / 99202-6376
» Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: 3910-1349 / 3910-1350
» Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Telefone e WhatsApp: 99359-0032
E-mail: najmulher@defensoria.df.gov.br

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