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Selos podem ser negociados por até R$ 18 mil em Brasília

Colecionadores de Brasília podem gastar essa quantia na busca por um selo raro. Para esses aficionados, conseguir a peça filatélica certa é uma questão de conhecimento

Celimar de Meneses*
postado em 13/08/2020 16:45 / atualizado em 13/08/2020 16:49
Homenagem feita no ano de 1943 à série de selos Olho de Boi, lançada 100 anos antes.  -  (crédito: Correios/Divulgação)
Homenagem feita no ano de 1943 à série de selos Olho de Boi, lançada 100 anos antes. - (crédito: Correios/Divulgação)

O dicionário Houaiss define filatelia como “o estudo, a pesquisa dos selos na postagem dos mais diversos países”, ou “ato de colecionar esses selos, especialmente os considerados raros”. No DF, existe uma comunidade ativa de colecionadores de selos, e alguns desse itens raros podem ser adquiridos na capital.

“Não posso afirmar que seja o mais caro em Brasília, mas vendo um selo Inclinado 600 réis, novo, de 1844, por R$ 18 mil”, informou um vendedor e colecionador de selo raros que pediu anonimato. Por ser uma peça especial, esse selo só pode ser vendido a grandes colecionadores.

Esse comerciante explica que, dos selos feitos no Brasil, os mais caros são do período do Império. São também os mais difíceis de conseguir. No entanto, para começar uma coleção filatélica, não é preciso desembolsar muito dinheiro. Os aficionados afirmam que basta ser curioso, e que o principal objetivo do hobby é adquirir conhecimento.

“A maior parte dos selos custa de R$ 0,40 a R$ 20”, afirma Roberto Silveira, dono do site Portal do Selo. Para ele, é mais fácil que os jovens se interessem por selos quando os pais ou avós já são colecionadores. “Cartas caíram em desuso faz décadas, então não atraem mais como antes”, ponderou.

O economista Lauro Guimares, 61 anos, afirma que uma coleção de selos pode ser sobre quase qualquer coisa. “Tem colecionadores que optam por colecionar selos por países, e tem colecionadores que optam por colecionar selos por arte temática. As temáticas de coleção de selos são muito variadas, podem ser animais, mãos, transporte, os mais diversos temas”.

Lauro tem uma coleção de 85,5 mil selos diferentes sobre países, sejam eles extintos, sejam existentes, desmembrados ou fundidos, ex-colônias ou ilhas autônomas, entre outros. Além disso, é membro da Associação Filatélica e Numismática de Brasília (AFNB), que reúne aficionados pelo colecionismo de selos e moedas na capital.

O colecionador possui dois selos da série Olho de Boi, a mais famosa do Brasil pelo seu valor histórico: foi o primeiro selo brasileiro e o segundo selo do mundo. “São três selos de 30, 60 e 90 réis, que foi o primeiro selo emitido no Brasil, dia 1º de agosto de 1843. Ele é raro e caro. Existem selos posteriores a essa data da primeira edição que são até mais caros devido à raridade."

Segundo os Correios, há registro de que os selos brasileiros originais da série Olho de Boi já foram leiloados no valor US$ 2 milhões. Os Correios continuam emitindo séries de selos temáticas, a última foi uma homenagem aos trabalhos de combate à pandemia do novo coronavírus e os selos foram projetados em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde.

* Estagiário sob supervisão de Mariana Niedaeruer

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  • Bloco lançado em 1993 para marcar os 150 anos do Penny Black e também a Exposição Filatélica Internacional de Londres.
    Bloco lançado em 1993 para marcar os 150 anos do Penny Black e também a Exposição Filatélica Internacional de Londres. Foto: Correios/Divulgação
  • Selos em homenagem aos trabalhos de combate à pandemia de covid-19.
    Selos em homenagem aos trabalhos de combate à pandemia de covid-19. Foto: Correio/Divulgação
  • Dois selos da série Olho de Boi, da coleção de Lauro.
    Dois selos da série Olho de Boi, da coleção de Lauro. Foto: Arquivo Pessoal
  • A série Olho de Boi, lançada em 1º de agosto de 1843, o segundo selo do mundo.
    A série Olho de Boi, lançada em 1º de agosto de 1843, o segundo selo do mundo. Foto: Correios/Divulgação

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