ATROPELAMENTO

Vítima arrastada por carro no Lago Sul tentou se segurar no capô

A jovem Paula Thais Oliveira, de 18 anos, foi arrastada por 4km enquanto se segurava no capô do veículo. O motorista, o assessor parlamentar Caio Ericson, alega ter sofrido um "apagão" e não se recordar do acidente

Sarah Peres
postado em 18/08/2020 22:36 / atualizado em 21/08/2020 09:15
 (crédito: PCDF/Divulgação)
(crédito: PCDF/Divulgação)

A jovem Paula Thais Gomes Oliveira, 18, tentou se segurar no capô do carro enquanto foi arrastada da QI 19 do Lago Sul até a QI 23, trajeto com cerca de 4km. O atropelamento ocorreu na madrugada do último domingo (16/8). O motorista, o assessor parlamentar Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, 32 anos, fugiu do local com a mulher em cima do veículo. Ela perdeu a mama e teve a mão amputada.

O suspeito colidiu contra a moto em que a vítima estava na garupa, conduzida pelo marido, o motoboy Douglas Gonçalves dos Santos, 20. A batida ocorreu na altura de um radar de velocidade. O homem parou embaixo do veículo, assim como a motocicleta. Caio Ericson acelerou e passou pelas pernas do jovem. Durante todo o trajeto, Paula Thais tentou se equilibrar em cima do VW Up! branco.

Segundo apuração da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), a mulher se segurou no automóvel com a mão direita. Contudo, sem conseguir se equilibrar, teve parte do corpo arrastado pelo asfalto. Pela manhã, a reportagem da TV Brasília, que integra o Diário dos Associados, realizou o trajeto percorrido pelo assessor parlamentar. Na velocidade da via, de 60 km/h, o caminho durou pouco mais de dois minutos.

A vítima caiu do carro ao perder as forças. Ela foi socorrida em estado gravíssimo pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital de Base, onde segue internada. Paula Thais perdeu um dos seios, além de ter a mão esquerda amputada — pois o ligamento do membro foi danificado durante o acidente.

“Apagão”

Na tarde desta terça-feira (18/8), o condutor do VW Up! se apresentou na 10ª DP. O veículo foi encontrado em uma oficina do Guará. Em depoimento, Caio Ericson alega ter sofrido um “apagão” e, por isso, não se recorda do acidente. Ele estava no restaurante Camarões, próximo ao Lake Side, como explica o delegado-chefe Wellington Barros. “O suspeito afirmou que voltou à consciência quando estava em casa. Não soube dizer como foi o acidente, o que ocorreu e que havia se envolvido em uma colisão. Além disso, afirmou não ter ingerido bebida alcoólica”, afirma.

A defesa do assessor, sob responsabilidade da advogada Ana Carolina Alipaz, afirma que o acusado está colaborando com as investigações e está à disposição das vítimas. “O Caio está em estado de choque com o ocorrido, e está muito abalado, pois jamais teve a intenção de ocasionar danos a qualquer pessoa. Ele está com grave depressão, passando por um divórcio e tomando medicações fortes. Ele não bebeu ou usou qualquer droga antes do caso”, esclarece.

“Caio estava inconsciente no momento do acidente e não se lembra do ocorrido. Temos de aguardar maiores detalhes das investigações para saber precisamente o que ocorreu. Mas ele está totalmente solidário à vítima e seus familiares, e pretende ajudá-los no que for preciso, dentro de suas possibilidades. Ele é uma pessoa de boa índole e quer esclarecer e ajudar no que for possível”, finaliza Ana Carolina Alipaz.

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