Solidariedade

Família pede doação de sangue para tratamento de idoso com câncer

Edsom Leite precisa de transfusões de sangue a cada duas semanas por não ter condições de adquirir um medicamento de alto custo

Ana Clara Avendaño*
postado em 21/08/2020 21:31 / atualizado em 21/08/2020 21:31
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Desde 2018, o servidor público Edsom da Silva Leite, 64 anos, enfrenta uma batalha contra o mieloma múltiplo. A doença ocorre quando as células plasmáticas tornam-se cancerígenas e crescem descontroladamente. Devido a esta condição, as plaquetas e a hemoglobina - responsáveis pela coagulação e pelo transporte de oxigênio - caem com muita facilidade e o idoso precisa ser submetido a transfusões de sangue a cada duas semanas. 

Após vários tratamentos sem resultado, Edsom precisa fazer sessões de imunoterapia aliadas a um remédio derivado da Talidomida, o Revlimid (Lenalidomida). Devido aos altos custos do fármaco, a família Leite não tem condições de adquiri-lo. “Meu pai precisa usar este medicamento diariamente, mas os gastos com o tratamento já são muito grandes e não temos condição de comprar um remédio de R$ 20 mil por mês”, desabafa a filha Juliana Leite, 32.

Segundo ela, a imunoterapia não traz resultados satisfatórios sem a Lenalidomida e ainda faz com que Edsom precise de transfusões de sangue frequentemente. “Sem esse medicamento, meu pai pode vir a óbito ou precisar fazer outro transplante. Só que agora, com a medula de outra pessoa, são as transfusões que mantém meu pai vivo”, diz Julaina.

Para doar sangue a Edson, é necessário dirigir-se à Hemoclínica, na SHLS 716, Bloco C, Entrada B, Térreo. Os horários de atendimento no local são de terça a sexta-feira, das 7h às 12h, e aos sábados, das 7h às 11h30. Valem doações de qualquer tipo sanguíneo.

Atualmente, a família está com um processo em andamento na Justiça para conseguir um mandado de segurança que obrigue o plano de saúde a arcar com os custos do Revlimid. O pai de Juliana já passou por quimioterapia e um transplante de medula autólogo (procedimento realizado com as próprias células-tronco hematopoiéticas). Ambos não trouxeram resultados satisfatórios.

O medicamento

De acordo com bula do fármaco, o “Revlimid (Lenalidomida), em combinação com outros medicamentos (dexametasona ou melfalana e prednisona), é indicado para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado que não podem ser tratados com um transplante da medula óssea”.

A responsável pela destruição e descarte da médica no Brasil é a companhia biofarmacêutica Celgene. A empresa é a única autorizada pelas autoridades nacionais a comercializar o medicamento, logo, não é possível importar a droga ou adquiri-la de outra maneira no país.

A Lenalidomida é de difícil acesso no Brasil por ser estruturalmente relacionada à talidomida, substância foi proibida no país em 1964 por causar malformações no feto como ausência e/ou malformação grave nos braços e nas pernas. Hoje, a talidomida pode ser utilizada em tratamentos de doenças específicas, como a hanseníase.

Estoque de sangue

O estoque de sangue do Hemocentro também está baixo. Este mês registra o menor movimento de doadores de sangue em 2020 e o segundo pior dia de atendimento deste ano foi 10 de agosto. A data perde apenas para 12 de março, quando foi decretada situação de pandemia de coronavírus e houve apenas 78 doações.

Para doar, é preciso ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar mais de 51kg e estar em bom estado de saúde. Quem fez algum procedimento estético, passou por cirurgia ou algum tipo de endoscopia, ficou doente ou fez uso de medicamentos recentemente deve consultar o site do Hemocentro, pois pode estar impedido de doar.

Dados para doação

Nome: Edsom da Silva Leite
Hospital: Santa Lúcia Norte
Local: Hemoclínica - SHLS 716, Bloco C, Entrada B, Térreo
Telefones: 3346-9788, 3245-6929 Ramais: 215/216
Horário de Atendimento: terça a sexta-feira, das 7h às 12h e aos sábados 7h às 11h30
Qualquer tipo sanguíneo

* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

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