Imagens de câmeras de segurança do Shopping Pier 21 mostram o momento em que a naja kaouthia que picou o estudante que a criava ilegalmente em casa é deixada no estacionamento do centro comercial. O animal foi abandonado um dia após picar o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, em 8 de julho. O amigo dele, Gabriel Ribeiro de Moura, 24, levou o réptil e acionou a Polícia Militar.
O vídeo a que o Correio teve acesso mostra o momento em que Gabriel chega ao shopping e deixa a caixa com a cobra. Em seguida, é possível ver um veículo do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) da PMDF, que recolhe o animal. As investigações da Polícia Civil apontaram que militares agiram para tentar proteger os investigados. O padrasto de Pedro, o tenente-coronel Clovis Eduardo Condi, é integrante da corporação.
Policiais civis estavam em contato com Gabriel para a entrega da serpente. A princípio, estava tudo combinado para ele devolver a cobra, mas, em determinado momento, o estudante mudou de ideia e informou aos agentes que só entregaria o animal aos policiais militares.
Em depoimento, o policial do BPMA afirmou que Gabriel teria dito para a equipe ir a vários outros locais onde, supostamente, estaria a cobra. Os militares seguiram, então, para a Ponte Alta do Gama, Lago Norte, Lago Sul, Setor de Mansões Lago Norte, Guará e, por fim, o estacionamento do shopping, onde a cobra foi encontrada em um recipiente plástico e conduzida à 14ª Delegacia de Polícia (Gama).
Gabriel foi preso em 22 de julho por atrapalhar as investigações. Ele permaneceu na carceragem da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) até a madrugada de 31 de julho e foi indiciado por posse ilegal de animal silvestre, maus-tratos, fraude processual e corrupção de menores. Caso condenado, ele cumprirá pena de seis a oito anos de detenção.
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