Desde que foi autorizada, a retomada de atividades provocou efeitos positivos e negativos no Distrito Federal, a depender do setor. Levantamento divulgado nesta sexta-feira (28/8) mostrou que comércio e serviços tiveram alta nas vendas de 13,53% e 1,2%, respectivamente. No entanto, o ramo de turismo acumulou mais um período de prejuízos, com retração de 19,74%. Os indicadores correspondem aos resultados observados em junho, na comparação com maio.
O levantamento é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF). Entre 6 e 20 de julho, equipes ouviram 700 empresários de 19 regiões administrativas. Os dados constam na Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal.
No setor do comércio, todos os 17 segmentos avaliados tiveram alta. Os destaques foram para farmácia — com 26% de aumento nas vendas; comércio varejista de bebidas (24%); além de cama, mesa e banho (20%). Os menores resultados positivos apareceram nos ramos de joalheria (4%); vestuário e acessórios (4%); bem como de móveis (3%).
Dos 12 segmentos do ramo de serviços, a subida de junho em relação a maio foi puxada pelas atividades de suporte na área de tecnologia da informação (20%); vidraçaria (14%); e petshops (13%). Por outro lado, quatro áreas tiveram queda nas vendas: atividades de condicionamento físico (-30%); organização de eventos (-19%); cabeleireiros (-13%); e capacitação e treinamentos (-9,89%).
No caso do turismo, os quatro segmentos observados mantiveram-se em declínio, como registrado desde o início da pandemia, em março. Serviços de turismo apresentaram resultado negativo de 44%, seguidos por hotel (-18%), agências (-16%) e artigos de viagem (-0,38%).
Região e forma de pagamento
Além da flutuação no desempenho de vendas, o levantamento analisou a variação na mão de obra, as formas de pagamento adotadas pelos consumidores e a expectativa dos empresários de contratação, demissão e investimento nos próximos três meses. Em abril e em maio, a amostra de entrevistados foi menor, devido às limitações impostas pela pandemia de covid-19. O total de entrevistados chegou a 542 — 22% a menos que em junho.
Por macrorregião, o melhor desempenho apareceu na área que compreende Paranoá, Itapoã, Sobradinho e Planaltina. As vendas tiveram resultado superior a 30% nos três setores analisados. O pior faturamento ficou em Ceilândia, Taguatinga e Samambaia, que acumularam perdas entre 4% e 50%.
A forma preferida de pagamento dos brasilienses foi à vista (54%), na qual predominou o repasse em dinheiro (32%), contra 21% que optaram pelo cartão de débito e 0,4% que pagaram em cheque. Entre os demais, que pagaram a prazo, o cartão de crédito foi o mais escolhido, correspondendo a 40% das compras.
Postos de trabalho
A mão de obra ocupada teve variação negativa de 3%. No comércio, só lojas de ferragens e ferramentas (4,35%); estabelecimentos de vestuários e acessórios (3,85%); além de minimercados, mercearias e armazéns (2,84%) abriram novos postos de trabalho. Em turismo e serviços, não houve alta na quantidade de contratados.
Houve criação de vagas registrada em Águas Claras, Guará, Núcleo Bandeirante e Vicente Pires, nas áreas de comércio (1,48%) e serviços (0,56%). Nenhuma região apresentou variação positiva na contratação no ramo de turismo.
Entre os motivos para a contratação em junho no DF, só 11% se deveu ao aumento nas vendas. A principal justificativa foi para suprir defasagens no quadro de funcionários (79%). Em relação às demissões, o corte de despesas representou a maior parte das justificativas (48%), seguida da redução nas vendas (20%). Outros 20% ocorreram por vontade do próprio funcionário ou por mão de obra sem qualificação.
A expectativa dos empresários dos três ramos para os próximos três meses é de que haja aumento de 1,15% nas contratações e de 20,3% nos investimentos financeiros no negócio.
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