CRIME

'A polícia não tem provas', diz acusada de dopar crianças em creche

Mulher suspeita de dopar crianças para ter menos "trabalho" foi detida na terça-feira (26/8), e autuada por maus-tratos. A Polícia Civil investiga o caso

A 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) segue com as investigações sobre uma mulher acusada de dopar crianças  em uma creche informal.  Em conversa exclusiva com a Tv Brasília, em parceria com a reportagem do Correio Braziliense, a suspeita, de 38 anos, que atua no Cruzeiro Velho, negou as acusações de maus-tratos.

A acusada foi detida na tarde de terça-feira (25/8), por meio da Operação Dorme Bebê, realizada pela unidade policial com apoio do Conselho Tutelar da região administrativa e do DF Legal. O objetivo da ação, segundo o delegado Ricardo Viana, chefe da 3ª DP, era “fechar a creche clandestina, montada pela mulher, que cuidava de bebês entre nove meses e três anos. No local, encontramos medicamentos capazes de provocar o sono dessas crianças.”

A suspeita, sob condição de anonimato, afirma que os remédios não eram para o uso das crianças atendidas na instituição irregular, mas de consumo do próprio filho dela. “Meu filho toma xarope de vez em quando, para comer. As medicações também são para mim. Sou uma pessoa trabalhadora e luto pelo meu próprio sustento, jamais faria algo assim”, diz.

 

“Sou inocente, e a polícia está me acusando e divulgando tudo isso sem qualquer prova. Estou sendo perseguida. A mãe de uma das crianças que eu cuidava estava com covid-19, e queria que eu continuasse olhando o filho dela, mas neguei, por questão de saúde. Foi quando ela disse que iria fazer de tudo para me prejudicar”, alega a suspeita.

Ainda, o companheiro da acusada relata que essa cliente teria realizado uma armação. “Ela filmou minha mulher dando xarope para o meu filho e entregou para a polícia, com o objetivo de nos prejudicar. Estamos em busca de um advogado e queremos, agora, saber quem realizou a denúncia. Iremos entrar com uma ação contra essa pessoa”, garante o homem, que pediu para não ser identificado.

De acordo com o delegado Ricardo Viana, a investigação reuniu provas contundentes sobre a acusação realizada, e estão sob sigilo. O investigador explica que a suspeita “injetava os remédios nos lanches das crianças que, após o consumo, dormiam e traziam maior sossego à proprietária da creche durante o dia.” Ela foi autuada por maus-tratos, cuja pena varia de três meses a um ano de reclusão.