Oito pessoas foram presas, na manhã desta quarta-feira (9/9), durante a Operação Guincho-Fake da Polícia Civil. A ação desarticula uma organização criminosa especializada em furtos de veículos, fraude e falsificação de documentos, segundo a PCDF. Além das prisões, foram cumpridos 16 mandados de buscas e apreensão e três sequestros de valores.
A investigação mostrou que os acusados se especializaram nesse tipo de crime com um “modus operandi inusitado”, como classificou a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais(Corpatri). Olheiros do grupo identificavam carros estacionados do interesse dos criminosos e anotavam a placa do veículo para que outros membros da organização pudessem falsificar o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
De posse do documento falso, os acusados solicitavam um serviço de guincho se passando pelo verdadeiro proprietário do carro. Algumas vezes, eles chegavam a entregar uma chave falsa ao responsável pelo guincho.
“Ao tentar baixar o freio de mão, o guincheiro percebia que a chave não abria o carro. Nesses casos, entrava em contato por celular com o solicitante, momento em que era enganado novamente pelos criminosos, que diziam ter se equivocado e entregado a chave errada”, conta o delegado Erick Salum, da Corpatri. Os homens diziam ao telefone que estavam com pressa e pediam que o prestador de serviço arrastasse o carro para cima do guincho.
Assim, o furto era consumado por uma vítima que não sabia estar colaborando com o crime. Pelo menos cinco veículos foram furtados desta forma, de acordo com a investigação. Um episódio que chamou atenção da Polícia Civil ocorreu na SQN 406, onde a dona do carro flagrou o veículo sendo guinchado e se desesperou, mas conseguiu impedir a ação.
Grande esquema
A PCDF informou que o grupo criminoso ainda está envolvido em “um robusto esquema de falsificação de documentos e desvio de benefícios emergenciais referentes à pandemia do coronavírus”. “Entre os criminosos, estavam mãe e filho. A mulher aproveitava-se do vínculo familiar para direcionar o adolescente nas atividades criminosas e, caso não obtive sucesso, usava de sua autoridade de mãe para praticar violência psicológica”, detalhou a Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom).
As investigações continuam nos próximos dias para que a polícia possa alcançar todos os envolvidos, que vão responder por associação criminosa, cinco furtos qualificados pela fraude, falsidade documental, adulteração de sinal identificador e corrupção de menores. As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
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