Corrida pela vacina contra covid pode ter mais de uma vencedora; entenda

Chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica do HUB explica como que diferentes testes de vacinas podem ajudar no combate à doença

Alan Rios
postado em 11/09/2020 13:49 / atualizado em 11/09/2020 13:51
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A corrida contra o tempo para a produção de uma vacina eficaz e segura contra a covid-19 traz ansiedade a empresas, pesquisadores, profissionais da saúde, governo e população. A vontade geral é de que um produto que dê imunidade contra o novo coronavírus fique pronto o mais rápido possível. No momento, três vacinas estão em testes avançados no Brasil, uma delas com centro de ensaio no Distrito Federal. Mas o sucesso de um produto não significa o fracasso dos outros.

É isso que explica Fernando Araújo, chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica do Hospital Universitário de Brasília (HUB). O especialista faz parte do grupo que coordena os testes em fase 3 da CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, e diz que torce por todos os ensaios que estão sendo realizados. “É possível que nenhuma vacina seja 100% para todos, mas a gente pode ter uma opção melhor para um grupo específico de pessoas em uma, outra alternativa mais eficaz para outros”, detalha.

Ou seja, caso um dos testes seja concluído com sucesso, os outros em andamento não são descartados. “Eu gostaria que todos esses projetos tivessem êxito, porque vai ser bom para todos. Se conseguirmos (a vacina) para o final deste ano ou para o começo do ano que vem, vai ser um feito histórico”, avalia. Fernando também destaca que a finalidade das imunizações é a mesma, mas o processo de produção delas é diferente.

“A tecnologia da vacina que estamos testando aqui é mais tradicional. Nessa, a gente pega o vírus, inativa ele e produz a vacina que será aplicada. As proteínas desse vírus vão induzir a imunidade, induzir o organismo a produzir mecanismo de defesa contra ele”, explica. Outra concorrente, a vacina da Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, utiliza uma tecnologia diferente, inserindo o material genético do vírus em um outro vírus, que não é patogênico, produzindo, assim, proteínas.

Porém, os testes de fase 3 da vacina de Oxford foram suspensos após uma reação em um dos voluntários da pesquisa. Representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúnem hoje com pesquisadores da agência inglesa para definir os próximos passos dos ensaios. Além das duas, há ainda testes avançados no Brasil da vacina chamada Ad26.COV2.S, da farmacêutica Johnson-Johnson.

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