Saúde

Crianças com malformação congênita serão operadas no Hospital da Criança

Grupo de voluntários composto por 20 cirurgiões pediátricos fará a correção. A primeira operação começou na manhã deste sábado

Correio Braziliense
postado em 19/09/2020 11:41
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Neste fim de semana, duas crianças com malformação congênita serão operadas no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). O primeiro paciente, um menino de 1 ano, iniciou a preparação ainda na manhã deste sábado (19/9). As cirurgias serão realizadas por um grupo de cirurgiões pediátricos especializados em urologia — o Grupo Cooperativo Brasileiro Multi-Institucional. 

Desde 2019, os médicos viajam para diferentes cidades brasileiras para realizar correções de extrofia de bexiga. Até o momento, 20 crianças foram atendidas pelos profissionais em todo o país. A extrofia de bexiga é uma malformação congênita na qual a parede abdominal inferior, os ossos da bacia e o aparelho genital não se fecham. A cirurgia visa corrigir essa falha. 

Este tipo de procedimento é realizado há mais tempo, porém, o método utilizado é inovador no Brasil. A técnica Kelley foi idealizada há quase 50 anos pelo urologista pediátrico australiano Justin Kelley e começou a ser empregada no Brasil em 2019, quando o médico Nicanor Macedo idealizou o Grupo Cooperativo.

De acordo com o HCB, o método oferece resultados mais positivos, garantindo a funcionalidade dos órgãos. O procedimento é longo e envolve o descolamento de estruturas como bexiga, próstata e uretra osso da bacia antes de dar início à reconstrução.

O cirurgião e urologista pediátrico, coordenador de urologia do HCB, Dr. Hélio Buson, faz parte do grupo. “É uma cirurgia muito complexa, cheia de detalhes anatômicos que mexem com a vascularização e a inervação da bexiga, do aparelho reprodutor e do esfíncter urinário. Ela só pode ser utilizada por profissionais experientes e em um ambiente hospitalar pediátrico especializado como o Hospital da Criança de Brasília, da Rede Pública de Saúde do Distrito Federal”, afirma Buson por meio da assessoria do hospital.

A criança 

O menino de um ano de idade será atendido neste sábado (19/09) nasceu na cidade de Mineiros (GO). Ele era acompanhado por urologistas em Goiânia, que entraram em contato com o grupo voluntário. Devido à complexidade do procedimento, ele foi transferido para o HCB.

A criança que será atendida neste domingo (20/9) não teve dados e informações divulgadas a pedido da família. Por se tratar de uma condição rara e a cirurgia ser complexa, os familiares preferiram manter o anonimato. 

Esta não é a primeira vez que o procedimento será realizado no Hospital da Criança de Brasília. A primeira foi feita em 2019, em um menino de 1 ano e 11 meses. Na época, a criança foi operada por uma equipe de mais de 40 profissionais e recebeu alta da unidade de terapia intensiva (UTI) após 15 dias. 

Outros procedimentos

Em abril de 2019, o Hospital da Criança foi responsável por realizar uma cirurgia inédita no DF. A separação das irmãs siamesas unidas pela cabeça, Mel e Lis, durou cerca de 20 horas. Ao menos 12 médicos acompanharam as meninas desde o início. 

  • O feirante tinha 50 anos e acompanhou de perto a cirurgia que separou as netas Mel e Lis
    O feirante tinha 50 anos e acompanhou de perto a cirurgia que separou as netas Mel e Lis Arquivo Pessoal
  • https://imgsapp.impresso.correioweb.com.br/app/da_impresso_130686904244/2019/05/03/299402/20190502212558831033o.jpg
    Mel e Lis: primeira cirurgia na capital em gêmeas unidas pelo crânio Humberto Souza/ Divulgação/Hospital da Criança

 

 

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