Superação

DF: bebê recebe transplante de medula da irmã e se cura de doença grave

João Miguel passou pelo transplante de medula óssea alogênico em julho, no Hospital da Criança de Brasília. Procedimento é inédito na unidade de saúde

Samara Schwingel
postado em 24/09/2020 19:12
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realizou um procedimento inédito na unidade. O transplante de medula alogênico, ou seja, com doador, foi feito no menino João Miguel Pereira, de apenas 10 meses de idade. Hoje, dois meses após o procedimento, a família de João se diz grata à equipe e atendimento do hospital. A doadora da medula é a irmã, de 16 anos.

O transplante precisou ser realizado com urgência devido à condição de saúde de João. Aos sete meses de idade, ele foi diagnosticado com imunodeficiência combinada grave (SCID, na sigla em inglês). Segundo a diretora técnica do HCB, Isis Magalhães o tratamento indicado é o transplante de medula óssea, que deve ser feito o quanto antes possível.

A equipe do hospital tem o costume de realizar transplantes autólogos, com células do próprio paciente e recebeu autorização do Ministério da Saúde para a cirurgia de João. “A pasta considerou que a unidade estava preparada para tal procedimento”, diz a médica Isis Magalhães, coordenadora do HCB.

Irmã doadora

A doação de medula óssea para João veio da própria família. A irmã Ana Clara Pereira, 16 anos, foi a doadora. Eles ainda têm uma outra irmã de 21 anos e um irmão de seis, porém eles não foram compatíveis.

“Fiquei muito feliz de saber que poderia salvar a vida do meu irmão. Eu o amo demais e faria tudo por ele”, diz Ana Clara. A menina ainda conta que chegou a superar o medo de agulhas para poder ajudar João. "Os profissionais do hospital nos ajudaram bastante e, hoje, fico feliz em ver meu irmão rindo, chorando e brincando", completa. 

A mãe de João, Franciele Pereira, afirma que ficou apreensiva quando recebeu o diagnóstico do filho, mas depois do procedimento, se sentiu mais esperançosa. "Conheci outras pessoas que tinham a mesma doença e vi de perto o sofrimento das mães. Porém, agradeço muito a Deus e à equipe médica do hospital por salvarem a vida do meu filho."

Memória

O transplante alogênico não foi o primeiro procedimento inédito realizado no HCB. Em junho de 2019, a unidade realizou uma cirurgia de extrofia de bexiga em um menino de um ano e 11 meses. Na época, o procedimento era inédito no DF. O menino foi operado por uma equipe de mais de 40 profissionais e recebeu alta da unidade de terapia intensiva (UTI) após 15 dias.

Outro caso de cirurgia inédita feita pelo hospital foi a separação das gêmeas siamesas, Mel e Lis. A longa cirurgia feita em abril de 2019 envolveu 50 profissionais de saúde. A operação foi um sucesso e, ao completarem um ano de vida, as gêmeas siamesas ganharam festa com direito a bolo, decoração e roupa especial.

 

  • O feirante tinha 50 anos e acompanhou de perto a cirurgia que separou as netas Mel e Lis
    O feirante tinha 50 anos e acompanhou de perto a cirurgia que separou as netas Mel e Lis Arquivo Pessoal
  • https://imgsapp.impresso.correioweb.com.br/app/da_impresso_130686904244/2019/05/03/299402/20190502212558831033o.jpg
    Mel e Lis: primeira cirurgia na capital em gêmeas unidas pelo crânio Humberto Souza/ Divulgação/Hospital da Criança
  • https://imgsapp.impresso.correioweb.com.br/app/da_impresso_130686904244/2020/04/21/326174/20200420200852335745a.JPG
    Lis e Mel se encontram pela primeira vez após a cirurgia de separação Maria Clara Oliveira/HCB - 21/5/19
  • https://imgsapp.impresso.correioweb.com.br/app/da_impresso_130686904244/2020/04/21/326174/20200420200847204894e.JPG
    Dia em que Lis e Mel foram batizadas Luci Vânia/Divulgação - 29/4/19
  • https://imgsapp.impresso.correioweb.com.br/app/da_impresso_130686904244/2020/03/31/325059/20200330233723646100o.JPG
    Lis e Mel passaram pelo procedimento no Hospital da Criança de Brasília Hospital da Criança de Brasília/Divulgação

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação