Força, Brasília

Fisioterapeutas mostram força de trabalho e se reinventam na pandemia

Clínicas e profissionais precisaram se adaptar para sobreviver em meio à pandemia. Conselho regional acredita em ampla retomada

Mariana Machado
postado em 01/10/2020 06:00 / atualizado em 01/10/2020 11:35
 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

Quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao Distrito Federal, os profissionais da saúde logo arregaçaram as mangas para entrar em combate. Além dos médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, os fisioterapeutas também mostraram força de trabalho, atuando, principalmente, em ambulatórios e unidades de terapia intensiva (UTI). Hoje, com mais de 94% dos pacientes do DF recuperados, estes profissionais entram em cena também no pós-tratamento daqueles que tiveram sequelas mais graves em decorrência da doença.

Sérgio Andrade, presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito 11) explica que o setor foi um dos que teve maior oferta de emprego no período, sobretudo para quem trabalha com fisioterapia respiratória. Contudo, as clínicas precisaram reduzir atendimento e se adaptar a alternativas, como os teleatendimentos. “A gente tem se reinventado, como todo mundo. Foi preciso mudar estruturas e o padrão de pacientes. Muitas clínicas, que só atendiam nas áreas de ortopedia e neurologia, agora estão fazendo outros serviços”, detalha. “Também foi preciso renegociar contratos de aluguel e o próprio conselho jogou as anuidades para o fim do ano.”

Os dados do Crefito 11 calculam cerca de 900 empresas de fisioterapia e terapia ocupacional no DF, além de aproximadamente 6 mil fisioterapeutas, atuando em diversas áreas. “Ainda tem uma longa caminhada. A retomada está se iniciando. Além de tudo isso, os próprios pacientes têm evitado sair de casa e dar continuidade ao tratamento”, pondera Sérgio.

As adaptações foram fundamentais para Alessandra Ottoni, 43 anos, manter em funcionamento a Fisiotrauma, empresa que comanda há 19 anos. A clínica passou a oferecer, também, a fisioterapia respiratória, e observou uma crescente demanda dos pacientes em recuperação da covid-19. Ela conta que a busca por teleconsultas também aumentou. “No início da pandemia, houve crescimento da telefisioterapia, porque as pessoas não tinham como sair de casa. Depois, foi normalizando, com as demais procuras.”

Alternativas

Para a fisioterapeuta Letícia Evangelista, 33 anos, a chegada da pandemia teve impacto forte nos negócios. Ela trabalha, especialmente, com atendimento domiciliar de idosos, público de risco para covid-19, e acabou tendo muitos atendimentos suspensos nos primeiros meses.

“O retorno do meu primeiro paciente, de 82 anos, me deixou temerosa, por conta da idade dele. Porém, as dores causadas pela osteoartrite só pioravam, e me fizeram lembrar da necessidade do atendimento presencial”, recorda. Ela buscou cursos sobre manejo de pacientes infectados por coronavírus e sobre a forma correta de garantir a proteção de todos os envolvidos, incluindo ela.

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