Pesquisa

Mercado ilegal de cigarros no DF aumenta 75% em um ano

Levantamento realizado pela agência Ibope Inteligência mostra que o consumo de cigarros contrabandeados saiu de 12% para 21% entre 2018 e 2019

O mercado ilegal de cigarros no Distrito Federal cresceu 75% no período de um ano. É o que aponta uma pesquisa realizada pela agência Ibope Inteligência. De acordo com os dados, o consumo de cigarro contrabandeado saiu de 12%, em 2018, para 21% em 2019. 

Para Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), esse crescimento ainda é efeito do aumento de impostos no Brasil que ocorreu há cinco anos. "Em 2015, houve um acentuado aumento de impostos de IPI e ICMS, a reação foi imediata. O imposto cresce, o crime agradece. O imposto vai incidir no preço do produto nacional, aí aumenta a margem e a atração do ilegal, porque ele fica mais barato. Foi uma prova de que isso é verdade. Com isso, essa participação foi crescendo ano a ano", diz. 

Ele explica que cigarros ilegais são produtos que não pagam impostos e entram no país de forma proibida. "São duas vertentes do cigarro ilegal: o contrabando puro e aqueles fabricados no Brasil por indústrias ilegais, que fabricam sem pagar impostos. Os dois lados causam prejuízos". 

Centro-Oeste

A região Centro-Oeste é a região com maior crescimento no consumo de cigarros ilegais em todo o país, segundo o levantamento. Nos últimos quatro anos, a participação do cigarro ilegal na região saltou de 28%, em 2015, para 64% em 2019. Os dados consideram a participação de mercado nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mais o Distrito Federal. 

Na sequência de crescimento da ilegalidade está a região Nordeste, onde o consumo aumentou de 44% para 65%, no mesmo período de quatro anos. 

Pesquisa 

O levantamento foi realizado através de entrevistas pessoais domiciliares, com cobertura de 76% da população brasileira de 18 a 64 anos, através de entrevistas com consumidores e recolhimento da embalagem, para determinar a participação de cigarros ilegais no mercado brasileiro.

Foram 8.428 entrevistas, representativa dos fumantes de cigarros industrializados do Brasil, distribuídas em mais de 200 municípios, realizadas nas áreas urbanas de municípios acima de 20 mil habitantes. A pesquisa durou cerca de quatro meses de campo e de duas a quatro semanas de processamento dos dados.