Obituário

Morre, aos 84 anos, Sebastião Valadares, pioneiro em Brasília

Empresário lutava contra um câncer. Ele chegou ao DF em 1956, determinado a participar da construção da nova capital

Mariana Machado
postado em 06/10/2020 20:53 / atualizado em 06/10/2020 22:06
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Faleceu, na noite desta terça-feira (6/10), o empresário Sebastião Valadares de Castro, 84 anos. Há 10 anos, ele lutava contra um câncer no fígado, tendo passado por diversas cirurgias e intervenções. Pioneiro em Brasília, ele deixa três filhos e a esposa, com quem foi casado por 64 anos.

A filha, Karla Valadares, 58 anos, lembra do perfil aventureiro do pai. “Era apaixonado por Brasília. Veio para cá em um caminhão.” Em 1956, ele e a esposa saíram do município mineiro de João Pinheiro, com objetivo de ajudar na construção da nova capital.

"Quando meu irmão mais velho nasceu, nem hospital tinha aqui. Eles precisaram ir para Goiânia", detalha Karla. Aqui, ele formou família e fez amigos. "Meu pai teve uma vida maravilhosa, não tenho dúvida. E foi embora sem sofrer, graças a Deus."

Para a filha, ficam, para sempre, as lembranças no coração e na memória. "Dele, guardo o espírito aventureiro, amor ao próximo e a obra que construiu", emociona-se Karla. Amor esse que motivou, em 2000, a fundação do Instituto Nair Valadares.

A instituição, localizada no Riacho Fundo, atende a crianças e famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade, promovendo a educação, a cultura, o esporte, a saúde e o lazer.

Vencedor

Em 1992, mostrou ao país que era bom de jogo, quando ganhou, sozinho, a Mega-Sena. A história, cercada de anedotas, ganhou as páginas do Correio Braziliense:

Por três dias, Tião como é conhecido, concedeu entrevistas para a mídia, sem sair do bar. Sobre ele há muitos relatos engraçados, como a vez em que perdeu no pôquer e preencheu um cheque universal (era aceito por todas as instituições bancárias) com o nome do Banco da Província da Paraíba, que nunca existiu. Surpreso, o credor comentou: "Já vi cheque sem fundo, mas sem banco, este é o primeiro".

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