Crime

Estuprador do Parque fez, pelo menos, 11 vítimas no DF; Veja os casos

O caso mais recente aconteceu em 10 de agosto deste ano. A vítima é um mineiro, que relatou à polícia ter sido dopado pelo autor. Ele procurou a delegacia nesta quinta-feira (8/10)

Darcianne Diogo
postado em 08/10/2020 17:55 / atualizado em 08/10/2020 19:00
O acusado pode ter feito outras vítimas e a polícia pede que denúncias sejam feitas em caso de reconhecimento do autor -  (crédito: PCDF/Divulgação)
O acusado pode ter feito outras vítimas e a polícia pede que denúncias sejam feitas em caso de reconhecimento do autor - (crédito: PCDF/Divulgação)

Investigações conduzidas pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) revelaram que João Batista Alves Bispo, 41 anos, conhecido também como “Tarado do Parque”, abusou de, pelo menos, 11 pessoas entre 2008 e 2020. Somente entre janeiro e agosto deste ano, cinco pessoas relataram ter sido vítimas do acusado. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira (7/10). A polícia pediu para divulgar a foto do acusado, uma vez que o autor possa ter feito outras vítimas

Após diligências policiais, os investigadores chegaram ao desfecho de que João Batista operava de maneira parecida por pessoas que frequentavam o Parque da Cidade à noite: ele dopava as vítimas — sempre do sexo masculino, com idades entre 25 e 40 anos — com “Boa Noite, Cinderela” nas bebidas, estuprava e roubava os pertences.

O primeiro caso teria ocorrido em 2008, em Planaltina, mas a vítima só registrou boletim de ocorrência neste ano. Em depoimento, o rapaz afirmou que pediu ajuda ao acusado para realizar a mudança de móveis do apartamento. No local, João Batista agrediu e abusou sexualmente da vítima. À época, o rapaz tinha 16 anos.

Dois anos depois, o autor tentou estuprar um homem no Estacionamento 3 do Parque da Cidade, mas a vítima lutou e fugiu. O rapaz só registrou boletim após a repercussão do caso na imprensa. Em 2013, um jovem com deficiência mental foi vítima do criminoso. Segundo o relato, João teria prometido R$ 1 mil em troca de sexo. A mãe do garoto, no entanto, descobriu e denunciou o caso à polícia.

“Boa Noite, Cinderela”


O acusado começou a dopar os homens com a substância química em 2017, segundo as investigações. A primeira vítima foi um jovem de 18 anos. A 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) instaurou um inquérito, entretanto, a vítima renunciou e não quis dar prosseguimento ao processo. No ano seguinte, o criminoso usou a droga para dopar outro homem, de 22 anos, mas o jovem também preferiu não dar continuidade à ação penal.

Em janeiro deste ano, um homem de 30 anos, morador da Asa Norte, morreu por overdose causada pelo “Boa noite, Cinderela”. Por meses, o autor utilizou o celular da vítima. Na sua residência, a polícia encontrou o tênis do homem. No mesmo mês, um mexicano, 25, que estava em Brasília foi roubado e abusado pelo autor. Os policiais não conseguiram localizá-lo.

Os crimes não pararam por aí. Em março, um adolescente de 16 anos relatou à polícia que foi dopado pelo autor na Rodoviária do Plano Piloto. No depoimento, o menor disse que acordou na casa do criminoso, com sangramento no ânus. No encontro, o estuprador pegou o currículo do adolescente e lhe ofereceu uma proposta de emprego. Em seguida, lhe deu um refrigerante com a substância química e a vítima desacordou. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Em julho, um outro homem de 36 anos teve o celular roubado, mas não relatou abuso sexual. No mês seguinte, na área externa próxima ao Conjunto Nacional, um homem de 37 anos teve a motocicleta, aparelho celular, jaqueta e carteira subtraídos. Ele disse ter sido estuprado e agredido por João. Na casa do autor, a polícia encontrou o celular e a jaqueta da vítima.

Ainda na tarde desta quinta-feira (8/10), um homem procurou a 1º DP e contou que, em 10 de agosto, estava no Parque da Cidade, sentado em um banco, quando o autor se aproximou e lhe disse que estava triste pois era seu aniversário e estava sozinho. Após as conversas, criminoso perguntou se a vítima não queria "tomar uma" com ele. O rapaz aceitou, segundo apontaram as investigações. O rapaz desacordou e foi encontrado apenas no dia seguinte pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o socorreu. O homem alegou que não foi abusado, mas teve o celular furtado.

Denuncie


A polícia pede para que, quem reconhecer João Batista como autor de outros crimes, denuncie à PCDF pelo telefone 197. 

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