SOLIDARIEDADE

Projetos arrecadam presentes para crianças em situação de vulnerabilidade

Projetos sociais anteciparam as arrecadações de presentes para entregar a meninos e meninas que vivem em situação de vulnerabilidade social. Quem quiser ajudar, ainda dá tempo

Caroline Cintra
postado em 10/10/2020 07:00
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Dia das Crianças lembra alegria, brincadeiras e presentes. A realidade de muitos pequenos, no entanto, não permite essa comemoração completa. A pandemia do novo coronavírus, este ano, dificultou ainda mais o dia a dia de muitas famílias, que vivem em situação de vulnerabilidade no Distrito Federal. São nesses momentos que voluntários de projetos sociais se mobilizam ainda mais para levar um pouco de felicidade no dia delas.

Embora o DF tenha diversas regiões carentes, muitas desconhecidas por boa parte dos brasilienses, os projetos sociais tentam chegar aonde a maioria das pessoas não chega para atender famílias que vivem com tão pouco. Coordenadores do Projeto Menos de Mim, Felipe Bassul, 29 anos, e Emanuelli Bassul, 26, organizam um evento de Dia das Crianças em uma comunidade do Itapoã, com direito a brincadeiras, lanche, doces e distribuição de brinquedos e cestas básicas, tudo respeitando as medidas de segurança, no combate à covid-19. O intuito é alcançar aproximadamente 100 crianças. Ano passado, o grupo levou um ônibus cheio de meninas e meninos para uma hamburgueria, em Águas Claras, numa tarde de muita diversão.

Para oferecer um dia alegre para os pequenos que vivem nessa comunidade, o Menos de Mim está arrecadando brinquedos e cestas básicas. “É um lugar que a gente nunca tinha ido e que poucas pessoas conhecem, nem a administração da cidade chega lá. É bem distante. Dois voluntários nossos foram lá para conhecer e a realidade é muito triste”, disse Emanuelli. Quem deseja ajudar, tem tempo (Veja em Como doar). “Eu me sinto privilegiado. Deus vê em mim o dom da multiplicação. Que através das nossas mãos conseguimos dar acesso à outras pessoas”, declarou Felipe Bassul.

O Projeto Ação, coordenado pela estudante de nutrição Lídia Almeida, 25, também está arrecadando brinquedos. O foco são as crianças que moram na Fazendinha, uma região rural a 20 minutos do Sol Nascente. Com o apoio de 23 voluntários, além de assistir a criançada, ela deseja distribuir 155 cestas básicas e roupas para as famílias. “É um local que parece muito com a Estrutural. Para ter uma noção, tem um casal que mora com sete filhos em um cômodo e ainda mora de aluguel”, contou.

Lídia disse que o acesso à região é cheio de morro, o que dificulta a passagem até lá. “Por isso, as famílias não conseguem ser assistidas. Muitas casas são feitas de madeirite. Estamos tentando ajudar o maior números de pessoas ali. O mais bacana é que eles são muito sinceros. Se a gente chega com cesta básica, eles já falam ‘comida já recebemos, precisamos mesmo é de roupa’”. O Projeto Ação existe a cinco meses e começou logo no início da pandemia do novo coronavírus, para ajudar famílias carentes. Como tem se consolidado, a estudante de nutrição pensou em fazer um evento para a criançada. “Pensamos na nossa realidade hoje. Seria mais limitado levar brinquedos e fazer um evento na rua, mas pensando na saúde de todos, decidimos ir para levar as doações que temos recebido, num local mais reservado, para evitar aglomeração”, ressaltou.

Apoio independente

Moradora do P Norte, em Ceilândia, a funcionária do setor de serviços gerais Solange de Jesus, 52 anos, era voluntária em uma instituição social na cidade, que atendia 150 crianças por dia, no horário contrário à escola regular. Com a suspensão das aulas, decretada pelo Governo do Distrito Federal (GDF), como medida de combate à covid-19, o local precisou ser fechado. Como muitas famílias contavam com o apoio do centro social, começaram a procurar os voluntários para conseguir cestas básicas e roupas.

Solange era cozinheira na instituição e, hoje, mesmo após o fechamento, auxilia as famílias como pode, para isso, criou o projeto Mães do Sol. “Passei a atender essas pessoas no fundo do quintal de onde moro, doando as coisas que ganho. Virou um ponto de apoio. Elas ficaram desamparadas e comecei a ajudar. Comecei sozinha e, agora, conto com amigos”, disse. Para o Dia das Crianças ela está arrecadando brinquedos e cestas básicas para distribuir para famílias carentes do Sol Nascente. “Tem uma mãe com três crianças e grávida da quarta. O marido os expulsou de casa e eu precisava ajudar essa família. Agora, ela está amparada. Poder contribuir na vida dessas quatro crianças me deixa feliz, porque tira o peso de uma vida tão difícil”, declarou.

Responsável pelo setor administrativo do projeto e filha de Solange, Vanessa Duarte, 30, ressalta que para o Dia das Crianças, doação de roupas novas ou usadas também é válida. “Queremos fazer uma comemoração sem aglomeração. Estamos atrás de lanche para entregar às crianças, além dos brinquedos, cestas básicas e roupas, de forma responsável. Graças a Deus temos conseguido as doações para atender as crianças”, disse.

Todos calçados

A partir da iniciativa de Solange, a professora Sueli Silva, 42, moradora de Arniqueira, também pensou numa forma de contribuir no Dia das Crianças. Mas, invés de arrecadar brinquedos, ela recebe doações de chinelos. A distribuição será no próximo sábado no Sol Nascente. Ela contou que já realizou algumas campanhas sociais ao lado do marido, o professor e músico César de Paula, 47, de forma independente. “Eu estava quietinha em casa e apareceu uma oportunidade ir ao Sol Nascente levar Cosme e Damião — comemorado em 27 de setembro — e conheci a dona Solange. Soube da história dela e me coloquei à disposição para ajudar”, contou.

A partir de uma publicação feita no Facebook, ela conseguiu a doação de 50 pares de chinelos até agora. “Tem uns pontos de arrecadação. Vamos organizar tudo para fazer a distribuição. Vou levar um bolo também para distribuir para as crianças. Vai ser legal. Tenho tantos motivos para agradecer e tenho a oportunidade de ajudar o próximo também. É um gesto tão pequeno, mas que faz a diferença na vida das pessoas”, completou Sueli.

Como doar

Mães do Sol
Solange 98628-2283
Vanessa 98583-5584

Menos de Mim
Emanuelli 99880-3119
Felipe 99883-5626
Instagram: @projetomenosdemim

Nós por Nós
Instagram: @projetonospor.nos

Projeto Ação
Instagram: @projetoacaooficial
Doação de chinelos
Sueli 99245-9905

Dia das Crianças Solidário

Amanhã

Fazendinha, no Sol Nascente
Projeto Ação
9h às 13h

Sábado, 17 de outubro

Comunidade Itapoã
Projeto Menos de Mim
Pela manhã
Sol Nascente

Projeto Mães do Sol
Horário a confirmar

Sol Nascente
Entrega dos chinelos
Horário a confirmar

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  • Lídia Almeida: presentes para crianças que moram na Fazendinha, uma região rural a 20 minutos do Sol Nascente
    Lídia Almeida: presentes para crianças que moram na Fazendinha, uma região rural a 20 minutos do Sol Nascente Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Sueli Silva arrecada chinelos para a meninada do Sol Nascente e região
    Sueli Silva arrecada chinelos para a meninada do Sol Nascente e região Foto: Arquivo Pessoal
  • Felipe e Emanuelli organizam um evento de Dia das Crianças em uma comunidade 
do Itapoã
    Felipe e Emanuelli organizam um evento de Dia das Crianças em uma comunidade do Itapoã Foto: Arquivo Pessoal

Comércio aberto

O comércio no Distrito Federal manterá as portas abertas no feriado de 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida e das Crianças. Os horários das lojas serão definidos pelos proprietários e pelos centros comerciais. A jornada de trabalho está definida em 6h. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), as lojas que abrirão no feriado precisarão do Certificado de Abertura aos Domingos e Feriados, expedido pelo Sindivarejista.

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