Segurança

Penitenciária Federal de Brasília recebe reforço de carros blindados

Os veículos são os mesmos utilizados em operações do Bope, no Rio de Janeiro, e serão empregados em ações de segurança e exercícios de defesa nas áreas externa e interna do presídio que abriga o líder do PCC, Marcola

Darcianne Diogo
postado em 19/10/2020 20:52
 (crédito: Depen/Divulgação)
(crédito: Depen/Divulgação)

A Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA) receberá o reforço de carros blindados, que serão utilizados em ações de segurança e exercícios de defesa nas áreas externa e interna do presídio. A unidade abriga o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) — facção oriunda de São Paulo —, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, transferido em março do ano passado para Brasília. Os dois veículos foram enviados nesta segunda-feira (19/10) ao Comando Militar do Planalto.

Os carros são do modelo EE-11 Urutu, os mesmos utilizados pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, e sofreram adaptações que possibilitaram a transição para uso civil no perímetro externo da Penitenciária. Antes de serem entregues, os carros passaram por revisão e manutenção e receberam pintura maciça na cor preta.

Foto 3
Foto 3 (foto: Depen/Divulgação)

A iniciativa faz parte da comemoração de dois anos da inauguração da Penitenciária Federal. O presídio será o primeiro do país a receber esses veículos, que serão operados pelos próprios agentes federais de execução penal. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o uso dos carros faz parte de um projeto piloto, que poderá ser estendido às outras quatro unidades do Sistema Penitenciário Federal (SPF). São elas: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

De acordo com o Depen, antes de conduzir os carros, os agentes passaram por um estágio de manutenção preventiva e condução dos Urutus, ofertado pelo Exército Brasileiro, e estão aptos a desenvolver missões nas mais diversas condições.

Facções na capital

A transferência de líderes do PCC para o Distrito Federal começou em outubro de 2018, com a inauguração da Penitenciária Federal em Brasília. À época, três chefes da facção criminosa vieram para a prisão, localizada no Complexo Penitenciário da Papuda. Em fevereiro, três líderes do grupo deixaram São Paulo e tornaram-se internos no DF. A mudança atendeu a uma determinação da Justiça, a pedido do Ministério Público de São Paulo.

Em março, foi a vez de Marcola, líder do PCC, ser alocado na Penitenciária Federal. Em dezembro, no entanto, suspeitas sobre um plano para resgatá-lo mobilizaram equipes do Exército Brasileiro, do Comando Militar do Planalto e da Força Nacional. Além dos integrantes da organização criminosa, há outros detentos com suspeita de associação ao Comando Vermelho e à Família do Norte (FDN).

A chegada desses presos ao DF gerou mal-estar no Executivo local. Em diferentes ocasiões, o governador Ibaneis Rocha (MDB) reuniu-se com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro para tratar do assunto. Além do chefe do Palácio do Buriti, a Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB/DF) se manifestou contra a instalação de uma penitenciária federal em Brasília.

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