CPI

CPI do Feminicídio debate violência contra mulheres com deficiência e do campo

Durante discussão da Câmara Legislativa, especialistas alertaram sobre as questões relacionadas a invisibilidade da mulher deficiente e a situação socioeconômica das mulheres no campo.

Jéssica Cardoso*
postado em 29/10/2020 21:21 / atualizado em 29/10/2020 21:22
Sessão extraordinária foi virtual, nesta quinta-feira (29/10) -  (crédito:  Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Sessão extraordinária foi virtual, nesta quinta-feira (29/10) - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Em reunião extraordinária, on-line, nesta quinta-feira (29/10), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) discutiu sobre a violência contra mulheres deficientes e mulheres que moram no campo. Participaram da reunião a advogada e ativista das causas da mulher com deficiência, Deborah Prates, e a dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sandra Cantanhede.

A ativista Deborah Prates chamou atenção para a invisibilidade social das mulheres com deficiência. "Esse problema e a falta de acessibilidade são obstáculos para que mulheres deficientes não denunciem a violência”, relatou a ativista.

Questões relacionadas a condições socioeconômicos como a baixa escolaridade, a falta de qualificação profissional e a inexistência de serviços de apoio próximos das comunidades do campo, foram abordados pela dirigente do MST, Sandra Cantanhede, como empecilhos no combate à violência. “As mulheres do campo que sofrem violência doméstica vivem em um grande isolamento. Não há espaço de acolhimento e tratamento para as vítimas devido à falta de acesso às políticas públicas e à distância territorial”, afirmou.

Segundo a vice-presidente da CPI, a deputada distrital Arlete Sampaio (PT), a reunião fez com que “pensássemos muito mais do que já pensamos sobre a violência que as mulheres com deficiência são submetidas”. A parlamenta se comprometeu a encaminhar as demandas apresentadas ao poder público. "Ontem, nós aprovamos o Projeto de Lei nº 712/2020, que garante atendimento especializado às mulheres surdas ou cegas vítimas de violência. Agora, a minha missão será, após a sanção desta lei, dialogar com serviços públicos do DF para que essa lei seja implementada”, destacou.

*Estagiária sob a supervisão de Guilherme Marinho

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