Paralisação

Marechal não deve voltar a rodar nesta terça, diz Sindicato

Motoristas e cobradores da empresa estão de braços cruzados desde a manhã desta terça-feira (6/10), devido ao atraso do salário

Há mais de seis horas paralisados por atraso de salário, motoristas e cobradores da Viação Marechal não devem voltar a rodar nesta terça-feira (6/10), segundo informou o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, Jorge Faria, ao Correio. “Sem pagamento, sem proposta, não tem volta”, disse.

De acordo com o representante da categoria, não há nenhuma conversa agendada com a empresa, por isso, as chances dos rodoviários voltarem ao trabalho hoje é pequena. “Temos que resolver os 50% do salário, que estão atrasados, e as horas extras de agosto e setembro, que não foram acertadas”, detalhou Jorge.

Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que os motoristas e cobradores da Viação Marechal cruzam os braços por atraso de pagamento. Em 21 de setembro, a categoria parou devido ao adiantamento de 40% do salário referente ao mês, que deveria ter sido pago até o dia 10. Ao todo, a empresa tem 2,3 mil funcionários e uma frota de 565 ônibus. As cidades afetadas com a paralisação são Águas Claras, Ceilândia, Estrutural, Taguatinga e Vicente Pires.

Em nota, a Viação Marechal informou que quitou 82% da remuneração dos colaboradores até o momento. “A crise causada pelo novo coronavírus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão”, diz o texto

Veja a nota completa:

O Sindicato dos Rodoviários paralisou as operações da Auto Viação Marechal, nesta terça-feira (06), após a empresa não quitar o salário dos colaboradores, sendo pago até o momento 82% da remuneração.

A crise causada pelo novo coronavírus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão. Isso fez com que os custos permanecessem os mesmos, porém a receita da empresa passou a ser apenas 40% do que era antes da pandemia, levando à insustentabilidade da operação. A queda na arrecadação e o desequilíbrio financeiro do sistema, causaram o atraso no pagamento de parte dos salários.

A Marechal apresentou ao GDF vários pleitos de revisão tarifária para o reequilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, que encontra-se em desequilíbrio financeiro, pois o projeto básico do Edital de Licitação ST 001/2011 – Reabertura, não foi implantado. As restrições de circulação impostas pela pandemia vieram a agravar ainda mais um quadro que já era crítico.

A Marechal continuará fazendo todos os esforços para cumprir os compromissos com seus colaboradores, fornecedores e prestadores de serviço, além do pagamento de todos os impostos, porém ainda não foi encontrada solução definitiva para a sustentabilidade do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF - STPC/DF.