Para muitos brasilienses que estão sofrendo com o desemprego e com dificuldades financeiras, a esperança para conseguir uma oportunidade em meio à pandemia do novo coronavírus se encontra na fé. Por isso, a Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges organizou uma novena preparatória de Santa Edwiges para celebrar o dia da padroeira dos endividados e dos pobres.
As missas ocorrem às 15h e 19h até esta quinta-feira (15/10), na Asa Sul. No entanto, a celebração está ocorrendo desde o dia 7 de outubro. No dia 16 de outubro, dia de Santa Edwiges, haverá missas de hora em hora, das 6h às 20h.
De acordo com o pároco, Pe. Divino Alves, a paróquia estará estruturada para receber os fiéis, tanto na igreja como nas barracas, seguindo as normas sanitárias orientadas pela diocese. Haverá missas na igreja e no salão, alternadamente. Assim, quando uma estiver sendo ocupada com a celebração o outro espaço estará passando por higienização. Ao todo, serão 15 missas ao longo do dia.
"Nós adaptamos toda a igreja para seguirmos as regras de distanciamento, higienização e uma quermesse diferenciada. Estamos tendo uma participação razoável, já que o desemprego e as dívidas dos brasilienses se tornaram algo comum nesse momento que estamos vivendo", afirma.
O Pe.Divino ressalta que, este ano, a data está sendo atípica. "Estamos passando por essa fase difícil e mais do que antes as pessoas estão usando a fé e a esperança para tentar mudar a situação", explica. Ele ainda se mostra preocupado em como ajudar tantos empresários que tiveram que fechar as portas, pessoas desempregadas e até casamentos chegando ao fim. "Estamos rezando em virtude dessa realidade, além das vidas perdidas para a covid-19. Ao mesmo tempo, o momento nos causa uma ansiedade e tristeza. Muitas vezes, essas pessoas não necessitam só do acolhimento e o aconchego", lamenta.
Padroeira dos pobres e endividados
Nascida em 1174, durante o período medieval, Santa Edwiges vinha de família nobre e lutava pelo fim da miséria. Aos 12 anos, a então princesa do local que hoje representa a Polônia, casou-se com Henrique, um duque europeu.
Durante o tempo em que seu marido ia lutar nas guerras, Edwiges visitava famílias em condição extrema de pobreza e que sofriam com a falta de dinheiro, principalmente lavradores, presidiários e mulheres que se prostituíam para sustentar os filhos. A santa passou a pagar as dívidas dos pobres, além de construir conventos em vilarejos para abrigar viúvas e órfãos da guerra. Após a morte de seu marido, Edwiges retirou-se para o convento de Trébnitz e ali viveu até a morte, aos 69 anos.
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel