Feminicídio

Homem é condenado a 31 anos de prisão por tentativa de feminicídio

Homem foi julgado no Tribunal do Júri de Ceilândia, nesta sexta-feira (20/11). Ele tentou matar a ex-companheira e a filha dela, em setembro de 2019, em Ceilândia

Tainá Seixas
Cibele Moreira
postado em 20/11/2020 20:45 / atualizado em 20/11/2020 20:46
 (crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press)
(crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press)

Um ano após tentar ex-companheira e a filha dela, acusado de feminicídio tentado é condenado a 31 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. A decisão foi tomada pelo júri popular no Tribunal do Júri de Ceilândia, nesta sexta-feira (20/11).

Nilton Imaculado Ribeiro respondeu por feminicídio e teve o direito de recorrer em liberdade negado, uma vez que trata-se de crime hediondo e o réu é reincidente. Amanda Ribeiro, 20 anos, que viu a mãe sendo golpeada em um ataque violento conta que as marcas do ocorrido seguem com ela.

"É um misto de emoção, nem acredito. Estou sentindo alívio e paz de saber que ele não vai sair agora. Tirou um peso das minhas costas saber que ele vai ficar preso por um bom tempo por tudo que ele fez, não só por mim e minha mãe, mas por tantas outras mulheres que sofreram na mão dele", afirma.

Relembre o caso

O crime aconteceu em 30 de setembro do ano passado, em Ceilândia. O acusado esfaqueou a companheira sete vezes e parou quando a filha da mulher entrou na frente, também, sendo ferida pelo autor. As agressões iniciaram após uma discussão, quando a vítima informou que queria terminar o relacionamento que durou pouco mais de três meses.

Vizinhos ao perceber o que estava acontecendo, intervieram até a chegada da polícia. O acusado já tem outras passagens pela polícia por crimes de Maria da Penha contra outras companheiras. Em alguns dos casos, o boletim de ocorrência foi aberto, mas não chegou a ser finalizado.

Amanda relata que ela e a mãe tinham medo dele sair e começar a persegui-las. “Começamos a nos reerguer, mas é um processo lento. É uma marca que vamos carregar para o resto da vida”, conta.

Todo o processo da audiência foi difícil para as duas. “Nem conseguimos ficar por muito tempo no Tribunal, relembrar o que aconteceu, mesmo depois de um ano é dolorido demais", afirma. As duas mudaram de endereço, perderam o emprego e convivem com a angústia diariamente.

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