CB.PODER

Sem o pequeno negócio não há emprego, diz presidente da CDL-DF

Pandemia reforça necessidade de auxiliar empresas menores, que são as responsáveis pela maior parte das ofertas de vagas, reforça José Carlos Magalhães Pinto

Jéssica Gotlib
postado em 22/12/2020 19:07 / atualizado em 22/12/2020 19:11
Presidente da CDL/DF fala sobre os desafios dos lojistas em meio à pandemia -  (crédito: TV Brasília /Reprodução)
Presidente da CDL/DF fala sobre os desafios dos lojistas em meio à pandemia - (crédito: TV Brasília /Reprodução)

Ainda que tenha afetado a todos os setores da economia, a pandemia foi mais devastadoras para os pequenos comerciantes. Foi o que disse ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quarta-feira (22/12) o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto."O pequeno comerciante que foi rápido, que já tinha alguma estrutura, foi para o marketplace. Mas aí ele vê a margem dele caindo, porque ele tem que deixar, é natural, uma parte com o operador, que são esses marketplaces. O lucro dele cai e muito", explicou.

Para o presidente da CDL-DF, essa diminuição na margem tem o efeito indireto de reduzir os empregos formais no setor. "O lucro dele caindo e aquele marketplace fazendo a venda para ele, ele pode abrir mão até de mais um funcionário ou dois funcionários. Isso faz ele pensar: será que compensa eu continuar com a loja?", pontuou.

Alerta

O presidente da CDL avisou que o risco para as pequenas empresas é também um risco em cadeia, para trabalhadores que, inclusive, deixam de ser consumidores em potencial. "Só que nós temos que ter um cuidado, as empresas do Simples (Nacional), esses pequenos comerciantes, são as que mais empregam. Se nós matarmos esses pequenos comerciantes, nós estamos matando o emprego", evidenciou.

Em contraposição a esse modelo, está o de grandes redes varejistas com estrutura virtual e poder de concentração do mercado. "Se você hoje abrir um canal de televisão, a cada 20 anúncios de lojas oferecendo produtos, aproximadamente 15 a 17 são de grandes redes de lojas ou de grandes lojas. E elas já oferecendo para você, algumas até com QR Code na própria televisão, oferecendo para você fotografar, por o seu celular em frente ao QR Code e dali mesmo poder fazer compra daquele produto”, exemplifica.

Diante deste cenário, o dirigente foi taxativo: “A loja física está acabando. Nós estamos cheios de lojas físicas vazias”. Caso alguém tente argumentar que as grandes redes também são responsáveis por implementar pontos de vendas presenciais e gerar empregos locais, o presidente da CDL rebate dizendo que esses locais têm como principal finalidade serem grandes exibições de mostruário.

“Lojas grandes montam só para show room. Porque na realidade, eles vendem online. Com a guerra tributária entre os estados, essas grandes lojas vão onde forem oferecidos maiores benefícios fiscais”, argumentou.

Confira a entrevista completa em vídeo:

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